Em Coronavírus, Destaque, Economia, Notícias · 15 junho 2020

Estimativa é das entidades que trabalham com hortifrutigranjeiros. Prejuízo de comerciantes e feirantes pode ser alto

Fonte: Mais Goiás


O fechamento da Central de Abastecimento de Goiás (Ceasa-GO) às quartas e aos sábados para desinfecção pode impactar na qualidade e no abastecimento de produtos. É o que diz o Sindicato do Comércio Varejista de Feirantes e Vendedores Ambulantes de Goiás (Sindifeirante) e a Associação Goiana de Supermercados (Agos). Ambas também não descartam a possibilidade de começar a faltar alguns hortifrutigranjeiros.

Um dos maiores impactos para os feirantes, de acordo com o gerente financeiro do Sindifeirante, Luiz Henrique Mendanha, é a mudança da rotina para aquisição de produto no local. Segundo ele, o feirante que compra no mesmo dia de revenda terá que se adequar para realizar um estoque de produto, o que pode levar a prejuízo. O mesmo acontece com os clientes que iriam no local nos dias que serão fechados para realizar as compras.

“Temos feirantes que compram R$ 3 mil em compras semanalmente e agora terá que dobrar a quantidade de produtos. Mais isso nos leva a não ter uma certeza sobre o dia do amanhã. É um tiro no escuro para o feirante investir nisso, sem saber se terá o retorno. Estamos falando de produtos altamente perecíveis e que pode perder de um dia para o outro”, explica.

uiz Henrique diz que o sindicato reúne 15,5 mil feirantes e que boa parte já recuou na ideia de trabalhar com estoque. “A doença existe e não tem para onde correr. Buscamos convencer o feirante que é um tempo de crise e que vai passar. Mas sabemos que não é fácil se deparar com essa situação, principalmente com o possível fechamento total da Ceasa”.

Supermercados

Gilberto Soares, presidente da Agos, destaca que o maior prejuízo para os seus mil associados será aos sábados. Gilberto diz que muitos adquirem os produtos nesse dia para reforçar o domingo – dia que a Ceasa não abre normalmente – e amanhecer alguns itens em estoque na segunda. Além disso, ele pontua que o pico de vendas acontece aos finais de semana. “Estamos com medo de que essas medidas acabem influenciando na qualidade do produto, na falta de alguns na prateleira e atinja até mesmo o produtor”.

Gilberto destaca que os supermercados vêm fazendo a sua parte com a higienização de carrinhos, distanciamento e oferecimento de álcool em gel, mas que será complicado controlar a população com possível falta de produtos e até mesmo com alguns decretos municipais que estão fechando até os estabelecimentos nos finais de semana.

“Tudo o que você estanca, uma hora transborda. Imagina um supermercado fechado por um dia por semana, como o que foi feito em Aparecida, acaba levando as pessoas para outros setores e formam aglomeração em lojas. A mesma coisa acontece com a possibilidade de falta de produtos hortifrutigranjeiros. Um cliente pode deixar uma loja e perambular pela cidade até encontrar o produto em outro”, ressalta.

Gilberto explica que o fechamento ainda impacta a cadeia produtiva. “Tem produtos que não podem ser colhidos em demasia e  isso impacta na qualidade do produto. A nossa expectativa é que nessa semana essa situação seja resolvida e que na próxima [semana] tudo volte ao normal”, pontua. Porém, vale lembrar que a resolução do Plano de Enfrentamento elaborada não tem prazo definido de validade.