Fonte: Empreender em Goiás
A produção brasileira de carne de frango deverá crescer entre 3% e 4% em 2020, alcançando o total de 13,7 milhões de toneladas neste ano, prevê a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). As exportações do setor também devem crescer em patamares equivalentes, entre 3% e 5%, alcançando até 4,45 milhões de toneladas. No mercado interno, os níveis de consumo também deverão crescer. As projeções indicam elevação de 2,5%, com total de 43,9 quilos per capita em 2020.
As previsões da Associação Goiana da Avicultura (AGA) para Goiás, quinto maior exportador de carne de frango do País, são mais otimistas, inclusive. Com 103 mil toneladas embarcadas no primeiro semestre deste ano, 5% do total nacional, as exportações goianas mais do que dobraram (crescimento de 124%) neste ano, comparadas com o mesmo período de 2019. Goiás é o sexto maior produtor brasileiro de carne de frango, com 6,5% do abate nacional, o que deve representar R$ 4,2 bilhões em valor bruto para 2020 (22,4% do total da produção agropecuária do Estado, segundo dados do Ministério da Agricultura).
As estatísticas do acumulado de 2020 mostram que a China deixou de ser o principal destino da carne de frango exportadas por Goiás. O Japão passa a ser o principal parceiro do Estado na comercialização dessa proteína animal e do total de embarque para esse País, 10,8% tiveram como origem Goiás, no acumulado de 2020. Nesse período, também se verifica uma expansão das exportações para Arábia Saudita, Emirados Árabes, Catar, Iêmen, Líbia, entre outros, de forma que, no Estado, as exportações de carne de frango têm apresentado crescimento expressivo.
“O empenho setorial para a manutenção do abastecimento permitiu manter a produção e as exportações em bons níveis de crescimento. Apesar dos impactos da pandemia, que restringiu este potencial, os indicadores apontam um horizonte positivo para a avicultura e a suinocultura do Brasil”, afirma o presidente da ABPA, Francisco Turra. A entidade representa mais de 140 empresas e entidades dos vários elos da avicultura e da suinocultura do Brasil.
As exportações brasileiras de carne de frango no acumulado deste ano, de janeiro a junho, cresceram 1,7%, com 2,106 milhões de toneladas embarcadas e receita de US$ 3,1 bilhões (queda de 8,8% em relação ao saldo do primeiro semestre de 2019). O mercado asiático é o principal destino das exportações brasileiras, com aumento de 15% neste ano. Principal destino, as vendas para o mercado chinês seguem positivas, com alta de 32% e embarques de 346,3 mil toneladas entre janeiro e junho de 2020.
Campanha
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), lançou vídeos em português, inglês e mandarim que apresentam os cuidados adotados pelos frigoríficos em todo o Brasil e em Goiás para a proteção dos colaboradores durante o período de pandemia. São procedimentos que vão desde o transporte, o acesso aos frigoríficos, vestiários, refeitórios e áreas de descanso dos frigoríficos, além de diversas medidas adotadas nas linhas de produção.
“Há grande desinformação circulando neste período de pandemia, o que gera julgamentos injustos contra quem trabalha para o abastecimento e a segurança de quem produz”, ressalta Francisco Turra. De acordo com o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin, o setor produtivo segue a legislação e hoje tem como parâmetro adicional um protocolo aprovado cientificamente pelo Hospital Israelita Albert Einstein, um guia com 256 páginas de recomendações envolvendo todas as etapas do processo produtivo e todas as instalações das empresas.
As indústrias do setor adotaram mais de 100 medidas, cada uma, de segurança sanitária para a proteção dos colaboradores e da produção, como instalação de novos sistemas de exaustão, divisórias de acrílico separando os colaboradores na linha de produção, desinfecção reforçada dos ambientes, dentre várias outras.
“Nosso setor adotou medidas antes mesmo da quarentena no Brasil, intensificando os cuidados que já eram rigorosos em nosso setor. Nosso primeiro protocolo setorial é de 12 de março, um dos primeiros do País. Desenvolvemos outros quatro protocolos, de acordo com os avanços nas informações disponibilizadas pelos órgãos de saúde nacionais e internacionais, como a Anvisa e a Organização Mundial da Saúde. São regramentos com bases técnicas, alicerçados com a validação de epidemiologistas, que preservam a segurança de quem atua no setor”, ressalta Santin.