O recurso também pode ser usado em farmácias, postos de combustível e para pagar algumas contas, mas adesão ainda é pequena
Fonte: O Popular
O cartão digital de recebimento do auxílio emergencial pode ser usado para pagar contas em estabelecimentos como supermercados, farmácias, postos de combustíveis e até em algumas redes varejistas de móveis e eletrodomésticos, além de alguns boletos. Mas, em Goiás, o recurso eletrônico está sendo mais usado na compra de alimentos em supermercados, pois a adesão de farmácias e postos ao sistema de pagamento ainda é muito pequena.
O objetivo do cartão de débito virtual é reduzir as aglomerações nas agências da Caixa e casas lotéricas durante a pandemia. Por enquanto, a maior adesão é de redes supermercadistas, como Carrefour, Extra, Atacadão, Pão de Açúcar e Assaí, que já aceitam este tipo de pagamento. Mas empresários do setor supermercadista do Estado informaram que muita gente está utilizando o benefício apenas para comprar carne para churrasco e bebidas alcoólicas. “Cerca de 50% do auxílio está sendo usado para este fim, e não para produtos de primeira necessidade”, admite o proprietário do Supermercado Santos, Ricardo Santos. Segundo ele, o cartão hoje responde por 1% do faturamento da loja.
Para evitar o uso indevido do benefício, o gerente do Hiper Moreira, Rafael Santana Araújo, diz que a rede proibiu a utilização do cartão para aquisição de bebidas alcoólicas. “Achamos que foi uma medida de cidadania porque o objetivo do auxílio é a alimentação”, justificou o gerente. Segundo ele, o cartão já está sendo muito usado pelos clientes, que também estão pagando faturas do cartão próprio da rede com ele.
O presidente da Associação Goiana de Supermercados (Agos), Gilberto Soares, conta que algumas pessoas chegam a gastar todo dinheiro do auxílio, de uma única vez, na aquisição de alimentos para a família. “Mas muita gente está mesmo usando para comprar carne para churrasco e cerveja”, admite.
Os clientes de algumas operadoras de telefonia móvel também já podem quitar suas faturas e fazer recargas utilizando o cartão do auxílio. Já no caso das farmácias, a adesão ainda é pequena, tanto por parte das empresas, quanto dos consumidores. A reportagem contactou dezenas de estabelecimentos em Goiânia, mas apenas duas recebiam a nova forma de pagamento. “Já estamos aceitando o cartão há dez dias, mas ainda não fizemos nenhuma venda com ele. Não está havendo procura”, informa o gerente da Farmagyn, William Teles.
O mesmo ocorre nos postos de combustível. O presidente do Sindiposto, Márcio Andrade, disse não ter notícias de postos operando com o sistema. O Ministério da Cidadania não soube informar quantas empresas já estão cadastradas para receber o cartão digital. Plataformas de pagamento também estão movimentando os recursos do auxílio. A Pag Seguro PagBank antecipa a segunda parcela do auxílio através do cartão virtual e uma drogaria de Goiânia informou que só aceita esta forma de pagamento de clientes cadastrados na plataforma PicPay.