Em Destaque, Economia, Notícias · 14 outubro 2020

Em entrevista à RBC, Gilberto Soares comentou o aumento dos itens da cesta básica; ele ressaltou que o consumidor tem papel ativo, pois são a oferta e a procura que regulam o mercado

Fonte: Agência Brasil Central

O presidente da Associação Goiana dos Supermercados (Agos) comentou, nesta terça-feira, 13, durante participação no radiojornal O Mundo em sua Casa, a escala de aumento dos preços de alguns itens da cesta básica, tais como arroz, feijão e óleo de soja. Ao ressaltar que os supermercadistas são prestadores de serviços e apenas repassam os preços, garantiu que os varejistas estão fazendo a média de custo para não repassar a alta diretamente para o consumidor, impactando no bolso dele.

“A gente tem verificado realmente alta nesses produtos que compõem a cesta básica, e nos preocupa, lógico”, afirmou durante entrevista concedida aos entrevistadores Ernesto Fleury e Luzeni Gomes, das rádios Brasil Central AM e RBC FM. Ele contou que ontem estava avaliando a questão de um produto que não está diretamente na cesta básica, mas que serve de exemplo, que é o queijo muçarela. O preço do produto saiu de R$ 16,50 em abril último para R$ 32,00.

Muçarela

E o que aconteceu: o consumidor reduziu a quantidade comprada de muçarela e o preço do produto já recuou 16%. Ou seja, complementou, o próprio consumidor acaba ajudando a regularizar o preço, a questão do mercado, porque é oferta e procura, “nada mais do que isso”, resumiu. Gilberto citou ainda a entrevista concedida pelo superintendente do Procon Goiânia, Walter Pereira, à RBC, onde ele contou a respeito do tomate, cujo preço foi de um extremo a outro.

O presidente da Agos acrescentou: “Não adianta o supermercado colocar o preço além daquilo que permite o mercado, porque ele vai empacar aquela mercadoria e não vai vender, acaba perdendo. Então, o próprio mercado é que regula”, pontuou.

Dólar

Sobre a alta dos preços do arroz e do óleo de soja, Gilberto apontou a elevação da exportação, porque o produtor brasileiro achou melhor colocar esses produtos no mercado externo devido à alta do dólar, que está na casa dos R$ 5,00. Para ele, houve aí uma falha do governo federal, no que se refere à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que deveria ter estoque regular para colocar no mercado interno e equalizar o preço.

A respeito da carne, argumentou que foi a sazonalidade. No período da estiagem não tem o boi no pasto, mas somente no confinamento, e a ração para esse gado é toda dolarizada – farelo de soja, milho, caroço de algodão e outros insumos, explicou. A mesma situação se repete com o leite, disse. “Queremos acreditar que, a partir de agora, com a chegada das chuvas, a tendência é normalizar.” Ele ressaltou que não há escassez de produtos e não houve desabastecimento nesse período, e que o mercado irá regularizar.

Gilberto afirmou ainda que a Agos tem orientado os supermercadistas a procurar comprar sempre a vista e adquirir os produtos da cesta básica com descontos que possam ser repassados ao consumidor, ou então até trocar de fornecedor. “Não tem outra situação que não seja essa: a negociação,” destacou. Conforme ele, é indicado, mais do que nunca, comprar uma quantidade, às vezes maior, para conseguir um desconto também maior.