Por meio de parcerias inéditas, supermercadistas tiram dúvidas sobre trâmites e vantagens de importar alimentos e bebidas de outros países
Com o objetivo de aprofundar o tema “Como importar produtos argentinos para o Brasil”, a Associação Goiana de Supermercados (Agos), em parceria com a Embaixada da Argentina no Brasil e a Komex-GO, empresa especialista em solução em comércio exterior, realizou no dia 28 de maio, um treinamento direcionado para supermercadistas associados da Agos, empresários, representantes comerciais e fornecedores de Goiás com interesse em negócios com o país vizinho.
Conforme explica o gerente executivo da Agos, Augusto Almeida, a demanda surgiu após uma rodada de negociações entre empresas argentinas e brasileiras em Brasília, em 2023, onde mais de 40 empresas goianas estiveram presentes, mas poucos negócios foram concretizados. “E a maior parte foi devido a falta de conhecimento sobre o funcionamento de importações”, justifica. “Diante dessa situação, pensamos em um evento de capacitação com foco em importação de produtos como alimentos e bebidas”, acrescenta apontando para o sucesso do evento da Agos, que contou com mais de 30 participantes presentes e mais de 90 participações onlines, com acesso em tempo real durante transmissão de live pelo Instagram da Agos. “Nosso objetivo com esse treinamento é oferecer opções para o supermercadista, para que entenda que existe a possibilidade de ter acesso a produtos diversos importados diferentes e com qualidade”, explica Augusto Almeida.
Vale ressaltar que a Embaixada da Argentina no Brasil esteve, pela primeira vez, com estande de negócios durante a SuperAgos 2023, e sinaliza repetir a parceria em 2024.
Durante sua apresentação, a sócia da Komex-GO, Keila Soares Lopuchovský, citou seis passos básicos, todos acompanhados pela empresa, a serem seguidos pelos supermercadistas interessados em importar produtos argentinos, com intuito de facilitar o processo de importação. “Primeiro, o empresário define quais os produtos têm interesse em importar e qual o fornecedor. Em seguida, o ajudamos a habilitar seu CNPJ nos órgãos anuentes de acordo com o Cnae para compra, armazenagem e venda do produto selecionado. O terceiro ponto é fazer um estudo da viabilidade econômica, verificando a classificação fiscal, modal de transporte e tratamento administrativo para chegada do produto no Brasil”, enumera, esclarecendo que essa análise se refere aos impostos e tributos sobre o produto, tipos de transporte utilizado (rodoviário, marítimo ou aéreo) e órgãos anuentes responsáveis pela importação.
“Feito esses três passos, partimos para o fechamento do câmbio, que nada mais é do que o pagamento da negociação para o importador. O próximo passo é a logística internacional em si, que é identificar qual o volume e a melhor forma de importar, abrindo a possibilidade de compra em conjunto com empresas interessadas no mesmo produto. Com a mercadoria no Brasil, entra o sexto passo que é o desembaraço aduaneiro, ou seja, procedimento que envolve a liberação da carga pela alfândega até o supermercadista”, explica.
Além de acreditar ser fundamental para os negócios, Keila Soares cita cinco motivos para importar: “qualidade, inovação, competitividade, exclusividade e ampliação do portfólio”.
“Foi um momento rico em informação, pois simplificou o processo de importação, tirando as dificuldades vivenciadas pelo setor e apontando os caminhos para essa ampliação dos negócios”, cita o presidente da Agos, Sirlei Couto, apontando que a composição de preços é uma das etapas mais importantes do processo e o acordo comercial de Goiás com a Argentina pode trazer ainda mais benefícios para os negócios. “O evento foi um resumo rápido e ao mesmo tempo um preparo em que todas as situações dentro da importação foram explicadas de forma transparente”, enfatiza o vice-presidente da associação, Gilberto Soares. Para o secretário da Agos, Suail Alcântara, o encontro “representou uma excelente oportunidade para agregar aos supermercadistas com novas possibilidades de negócio, de melhoria nas margens de lucro e de aumento da competitividade, servindo, inclusive, para oferecer melhores condições aos consumidores”.
O evento contou também com a participação da especialista em vinhos argentinos, Emília Carvalho, que discutiu o custo-benefício e estratégias para aumentar a rotatividade desses produtos nos supermercados goianos. O diplomata da Seção Econômico-Comercial da Embaixada da Argentina no Brasil, Joaquim Coniglio, apresentou o catálogo de itens disponíveis para importação e mencionou a Rodada de Negócios de Alimentos e Bebidas, que será realizada no próximo dia 5 de junho na Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), em Goiânia.
Para o chefe da Seção Econômico-Comercial da Embaixada da Argentina no Brasil, Patricio Violini, a rodada é vantajosa para todos os atores. “Especificamente, consideramos que os supermercadistas goianos se beneficiam por ter acesso direto a potenciais exportadores argentinos para conhecerem suas ofertas de produtos”, afirma. Segundo ele, mais do que dificuldades, a rodada de negócios oferece oportunidades importantes para os supermercadistas goianos. Por exemplo, para quem não tem experiência ou capacidade de importação, a rodada de negócios oferece-lhes uma experiência integral, uma vez que terão acesso imediato e direto a prestadores de serviços para facilitar as suas importações. Além disso, um banco e uma empresa de marketing estarão à disposição para ajudar a otimizar o comércio exterior e assessorar na comunicação estratégica das empresas brasileiras”, antecipa.
Ainda de acordo com Patricio Violini, o comércio bilateral entre Argentina e Brasil é muito intenso e diversificado. “O Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina, terceiro parceiro comercial do Brasil. Nosso objetivo é que mais empresários argentinos de mais províncias argentinas vendam uma maior variedade de produtos no Brasil. Estamos convencidos da qualidade e competitividade da nossa oferta”, assegura.
Fonte: Assessoria de Imprensa Agos/Comunicare