Em Destaque, Economia, Educação, Notícias · 28 outubro 2020

Fonte: Super Varejo

Muitos supermercadistas consideravam o processo de migrar para as lojas online como algo lento e gradual, até que com a chegada do coronavírus isso se tornou mandatório. Da noite para o dia a busca por termos como “marketing digital”, nas pesquisas do Google, aumentou em 43%, por exemplo, o que demonstra uma correria nestes poucos meses para atender as novas necessidades e hábitos do consumidor.

A julgar pelos números divulgados pelo Google, no mês de junho, a busca pelo termo “marketing digital” cresceu em função do “boom” das vendas online, impulsionado pelo isolamento social. E com isso, empresas de todo o mundo, incluindo o setor de supermercados, tiveram que adaptar os seus sistemas de comercialização para atender esse público em suas casas, além de terem que contratar mais profissionais da área de Tecnologia da Informação (TI).

Com a rotina alterada e em casa, as pessoas consequentemente tiveram que direcionar mais o seu foco. Um dos exemplos registrados pela pesquisa, neste período de quarentena, foram as lives, que somente no mês de março cresceram 70%, conforme os dados apurados pelo Instagram.

Além disso, o uso das redes sociais também teve um aumento de 40%, conforme a Kantar, empresa especializada em pesquisa de mercado. Ou seja, desde o início da pandemia o uso da internet tem se intensificado.

Na opinião de Leandro Rampazzo, criador da Godiva Propaganda e palestrante de cursos de marketing, com mais 15 anos de experiência em franchising, “por mais que alguns países já estejam flexibilizando alguns serviços presenciais, o ‘novo normal’ veio para ficar e as empresas precisam adequar o seu marketing digital para gerar novos negócios e posicionar a sua marca. Além, claro, de conseguir a atenção e compra do consumidor. Estamos na era da economia da atenção”, defende.

O que os supermercadistas precisam rever?

Dentro desse quesito, os supermercadistas que ainda não fizeram a sua “lição de casa” precisam estar atentos a tudo isso e se adequar, da maneira que puder: seja reformulando ou criando um site do zero; mantendo o relacionamento com os seus clientes pelas redes sociais, aceitar pedidos pelo WhatsApp, criar um aplicativo ou investir em novas modalidades de compra e retirada. Para atender as novas exigências do shopper vale a pena considerar todo o esforço.  

Durante uma das lives da SuperVarejo, Soraia Lima, especialista em comunicação e CMO da Coslim Consultoria, fez questão de dizer para os supermercadistas que ainda não fizeram essa lição, por onde eles poderiam começar:  “O primeiro passo é produzir um conteúdo de utilidade, que não precise passar necessariamente por anúncios ou promoções, como por exemplo, oferecer informações sobre o funcionamento das lojas ou falar sobre datas comemorativas. É a regra do 80/20, onde 80% dos seus conteúdos podem ser sobre dicas ou dados interessantes, e somente 20% você disponibiliza para falar dos negócios ou produtos”, defende.

Estratégias similares a estas também podem ser utilizadas entre os fornecedores, independente do segmento ser B2B ou B2C. “A empresa se esquece de comunicar algo importante para o fornecedor e espera que ele entenda, deixando de lado a divulgação de instruções básicas, por exemplo”, destaca a especialista.

Agora, sete meses depois, a pergunta que fica é: o quanto o seu varejo está preparado para a disputa de atenção desse novo consumidor, cada vez mais antenado e adaptado às ferramentas e recursos online? Já é certo, segundo especialistas, que um dos hábitos de consumo que deve prevalecer dentro do “novo normal” é a busca pela praticidade, conveniência, higiene e segurança, seja dentro dos canais físicos ou do online. Portanto, as adaptações por parte do varejo alimentar precisam continuar.