Em Coronavírus, Economia, Notícias · 13 maio 2020

Fonte: Ecommerce Brasil


Após a implantação do isolamento social para conter o avanço da pandemia de Covid-19, um setor que vinha caminhando para a expansão no e-commerce, de uma hora para outra, passou a ser um dos setores mais procurados pelo consumidor: o supermercado. E, de acordo com Fábio Veras, diretor de TI dos Supermercados Nagumo, essa demanda chegou para ficar.

Durante bate-papo com João Paulo Amadio, sócio-fundador da DWBH, no The Future Of E-Commerce | Tech, realizado nesta terça-feira (12), Veras explicou porque acredita que as compras online nos supermercados farão cada vez mais parte da vidas pessoas.

“No último evento da APAS (Associação Paulista de Supermercados) em outubro do ano passado, cerca de 50% dos presentes afirmaram já terem operação de e-commerce consolidada ou estavam em vias de [ter uma operação]. Com a Covid-19, o setor de supermercados está praticamente empatado com com informática. É muito mais que o desafio da Black Friday”, revela Veras.

Segundo o especialista, o principal desafio agora não é mais tecnológico, mas de demanda. “É necessário observar quais processos são mais adequados e, eventualmente, substituir a tecnologia que não está dando conta no momento. Muitos supermercados nunca haviam tido essa demanda. O crescimento é de até 600% por semana”, explica.

Recorrência no supermercado

Para Veras, estamos vivendo um momento de pico, que vai direcionar a volta dos clientes no futuro. “Antes da Covid-19, 50% dos clientes eram recorrentes e 50%, novos. Agora, 80% do público é de novos clientes. O setor já estava crescendo antes da pandemia em ritmo acelerado. Não acredito que voltamos ao patamar anterior. Isso vale pra todo tipo de segmento”, acredita.

Outro ponto que cresceu durante a pandemia foi o uso de super aplicativos, como o Rappi, utilizados por clientes que compram dentro da plataforma. Veras afirma que os aplicativos podem agregar o setor de supermercados, desde que feitos alguns ajustes.

“O super app agrega valor, mas o grande desafio é o equilíbrio de custo. Eles aceleram o conceito de marketplace do supermercado, pois o cliente é do super app, não do supermercado, que paga uma comissão para estar lá dentro. Por isso, é necessária uma arquitetura desses custos que chegam a ser pesados em alguns setores, como o supermercado. Mas essas compras geralmente são para repor algum item que ficou faltando, não a compra de abastecimento”, finaliza Veras.