Fonte: G1
A produção industrial brasileira encerrou 2020 com um tombo de 4,5%, apontam os dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o segundo ano de recuo da indústria nacional – em 2019 ela havia recuado 1,1% – e o pior resultado desde 2016.
A queda acumulada no ano ocorreu apesar de a produção industrial ter registrado, em dezembro, o oitavo mês seguido de alta.
De acordo com o IBGE, o recuo na produção foi disseminado em todo o setor industrial do país. Todas as quatro grandes categorias econômicas da indústria tiveram resultados negativos. Mas, foi a produção automotiva que mais impactou no resultado geral.
O resultado para cada uma das quatro categorias da indústria foi:
- Bens duráveis: -19,8%
- Bens de capital: -9,8%
- Bens de consumo: -8.9%
- Bens intermediários: -1,1%
A queda de bens duráveis foi puxada, segundo o IBGE, pela fabricação de automóveis, que recuou 34,6% no ano. Considerando o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, a queda foi de 28,1%.
Oito meses seguidos de alta
Na passagem de novembro para dezembro, a produção industrial avançou 0,9%, completando oito meses seguidos de alta. Neste período, o setor acumulou ganhos de 41,8%, eliminando completamente a perda acumulada de 27,1% nos meses de março e abril, auge da crise provocada pela pandemia do coronavírus.
Com o resultado de dezembro, o patamar de produção ficou 3,4% acima do registrado em fevereiro, mês em que ainda não havia efeitos da pandemia. Todavia, com o fechamento do ano, o patamar de produção ainda ficou 13,2% abaixo do seu nível recorde, alcançado em maio de 2011.
O gerente da pesquisa, André Macedo, ponderou, no entanto, que o atual patamar de produção é o maior desde dezembro de 2017, “mostrando que há dinamismo no setor”. Ele lembrou, ainda, que em abril, o setor atingiu seu ponto mais baixo de toda a série histórica, operando quase 39% abaixo do pico de maio de 2011.