Fonte: Jornal Opção
A intenção de gastos das famílias brasileiras continua em crescimento, em outubro. O índice Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou a terceira alta seguida, com aumento de 0,2% em relação a setembro, chegando a 93,3 pontos. Na comparação com outubro de 2018, a evolução foi ainda maior: 7,7%.
O resultado positivo reforça tendência de alta projetada pela CNC para o segundo semestre do ano, após longo período de queda do índice, que durou de março a julho.
Ainda sobre a avaliação das famílias quanto à Perspectiva de Consumo, apesar de ter apresentado a maior variação negativa do mês, houve melhora na comparação com 2018 (11,8%). Nesse sentido, em outubro de 2019, 33,7% das famílias reconhecem que as perspectivas de compra são maiores, contra 27,1% no último ano.
O recuo da inflação contribuiu também para a melhora do poder aquisitivo. Prova disso é o crescimento do subindicador Renda Atual (0,1%). Nesse contexto, 35,9% das famílias estimam que o orçamento melhorou em outubro, contra 31,6% no mesmo mês de 2018.
Os subindicadores Momento para Duráveis (3,1%) e Perspectiva Profissional (0,7%) foram os destaques positivos. Por outro lado, as percepções com relação à Perspectiva de Consumo (-1,7%) e Emprego Atual (-0,4%) apresentaram-se negativas.
Além de Perspectiva de Consumo, outros dois itens se destacaram na comparação anual: Momento para Duráveis (13,6%) e Compra a Prazo (12,0%). “Os dados mostram que as famílias têm hoje uma situação mais favorável do que há um ano. Elas se mostram previdentes quanto ao desejo de adquirir bens, embora as perspectivas para o comércio pareçam ser alvissareiras neste fim de ano”, ressalta Antonio Everton, economista da CNC.
Pés no chão
Apesar da terceira alta consecutiva, o indicador de outubro ainda encontra-se distante do maior patamar aferido em 2019 (fevereiro, com 98,5 pontos). “Por mais que tenhamos a liberação dos recursos do FGTS e do PIS/Pasep e um cenário promissor, o crescente endividamento social e a lenta recuperação do mercado de trabalho podem fazer com que as intenções de compra sejam atenuadas”, pondera o economista da Confederação.