Em Destaque, Notícias · 05 fevereiro 2024

A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) acaba de divulgar dados que apontam um aumento significativo no consumo de café no Brasil em 2023. Os números revelam um crescimento de 1,64% no consumo total de café, enquanto o consumo per capita registrou uma expansão notável de 7,47%.

No período de novembro de 2022 a outubro de 2023, os brasileiros consumiram 21,7 milhões de sacas de café. Esse aumento de 1,64% em comparação com o ano anterior representa 39,4% da safra total de 2023, estimada em 55,07 milhões de sacas pela Conab. Isso solidifica o Brasil como líder incontestável no consumo de seus próprios cafés, mantendo uma posição de destaque no cenário global.

A análise dos dados tratados pela ABIC também destaca o papel crucial do café não apenas na cultura brasileira, mas também como um impulsionador significativo da indústria nacional. Além do aumento no consumo de café, as indústrias associadas à ABIC experimentaram um crescimento de 2,25%.

Brasil: segundo maior consumidor mundial

O Brasil continua a ser o segundo maior consumidor de café do mundo, com uma diferença de 5,2 milhões de sacas em relação aos Estados Unidos, que ocupam o primeiro lugar. Mais notavelmente, quando comparamos o consumo per capita do Brasil (6,40 kg por ano de café cru e 5,12 kg por ano de café torrado e moído) com o dos Estados Unidos (4,9 kg por habitante por ano), fica evidente a preferência e o apreço dos brasileiros pela bebida aromática.

Expansão regional e crescimento sustentado

O consumo regional reflete uma distribuição significativa, com a região Sudeste respondendo por 41,8% do consumo nacional, seguida pela região Nordeste com 26,9%, a região Sul com 14,7%, a região Norte com 8,6%, e a Centro-Oeste com 8,0%. As indústrias associadas da ABIC desempenham um papel crucial nesse cenário, representando 71,1% da produção de café torrado em grão e/ou moído, além de ostentarem uma impressionante participação de 86,5% no varejo supermercadista.

A ABIC, que registra em seu banco de dados 2.937 produtos certificados, reforça o compromisso do setor em oferecer produtos de qualidade aos consumidores. Com o crescimento sustentado do consumo e o fortalecimento da indústria nacional, o café mantém-se firmemente enraizado no coração e na xícara dos brasileiros.

Estima-se que as vendas da indústria de café em 2023 alcançaram R$ 22,9 bilhões, uma leve queda de 2,78% se comparado a 2022. A variação é justificada pela redução de preço do produto na gôndola.

Variação do preço médio

A ABIC monitora as vendas no varejo, por meio de mais de 2 milhões de notas fiscais coletadas mensalmente em check outs de todo o Brasil, com o apoio do sistema da Horus. O preço médio dos cafés Especiais sofreu um aumento de 3,15%, quando comparado o período de janeiro de 2023 com dezembro de 2023. Já a categoria de cafés Gourmets, registrou uma queda de 10,71%. O preço da categoria de cafés Superiores também sofreu queda (11,78%). O mesmo aconteceu com os cafés Tradicionais e Extrafortes, que tiveram queda de 10,21%. Os cafés em cápsula também registraram uma queda nos preços (7,76%).

Nos últimos três anos, em média, a matéria-prima aumentou 107% e o café no varejo aumentou 73%. Sendo que, no último ano, a variação de preço ao consumidor do café torrado e moído foi de -13,5%, uma queda maior do que a média da cesta básica (-5,0%) e do que a média de produtos como Açúcar, Leite, Arroz, Feijão e Óleo de Soja (-6,6%).

Tíquete médio e gastos com o café

No atacarejo, o valor do tíquete médio gasto em café nas cestas é o mais alto. No entanto, ao comparar dezembro de 2022 com o mesmo período de 2023, é possível identificar que o que teve aumento foi de mercados com até 4 check-outs de R$ 18,33 para R$ 18,80. Ao comparar os tipos de café, percebe-se que o valor do tíquete médio dos cafés em cápsulas é o mais alto (R$ 25,52) e o que aumentou foi em grãos (R$ 20,94), enquanto o de café em pó (R$ 19,54) diminuiu.

Ao analisar o gasto médio em café nos carrinhos por região, o Centro-Oeste foi o que registrou o maior gasto por compras (R$ 22,09). Já no quesito socioeconômico, as classes AB foram as que mais gastaram com café (R$ 19,95).

Fonte: Superhiper