Categoria com maior número de pedidos no varejo on-line foi “mercearia”. No top 3 dos mais vendidos figuram óleo de soja, ovos e café, respectivamente
Após mais de dois anos de pandemia no Brasil, comprar on-line não é mais novidade para o consumidor. O período em que vender por canais digitais era apenas uma ação impulsionada por motivos emergenciais passou, e agora o varejista enxerga que o virtual é tão importante quanto o físico, mesmo em setores mais tradicionais como o de supermercados.
De acordo com dados da Linx, líder em tecnologia para o varejo, a partir de informações da Mercadapp, foi constatado que, em abril de 2022, a categoria com maior número de pedidos foi a de “mercearia” — contra hortifruti no mesmo período do ano passado. No top 3 estão óleo de soja, ovos e café, respectivamente. O destaque ficou para o número de pedidos de ovos, que saltou 125% em abril deste ano, enquanto a receita cresceu 159%, ambos frente ao mesmo período de 2021.
Alternativa à carne
O destaque nos pedidos e na receita dos ovos reforça uma crescente, já que, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), no ano passado, o consumo de ovos por habitante foi de 257 unidades, e em 2020, de 251 unidades.
“O top 3 de itens mais vendidos também reflete a realidade brasileira, lidando com a inflação e suas consequências. Os ovos, em segundo lugar, podem funcionar como uma alternativa à carne, por exemplo, que está tendo impactos mais fortes com a alta de preços. Para os varejistas, oferecer vantagens nesses produtos pode ser uma escolha que traga bons resultados”, comenta Gabriel Gurgueira, diretor da Mercadapp na Linx.
Ticket médio
A pesquisa também mostrou que o ticket médio, que teve uma queda de 4,72% no primeiro trimestre em relação aos três primeiros meses de 2021, com R$ 207,66, já dá sinais de estabilidade. Em abril, o valor médio gasto pelo consumidor foi R$ 212,57, sendo um valor 0,63% menor do que o mesmo período de 2021, com R$ 213,93. É um resultado promissor, considerando o atual cenário econômico pautado pela inflação no setor alimentício.
“Embora alguns de nossos números sejam menos expressivos do que os de abril de 2021, aquela era uma época de picos da pandemia, com mais pessoas em casa. Por isso, enxergamos o levantamento com otimismo, levando em conta a retomada dos consumidores para os supermercados presencialmente neste ano. Ainda assim, as compras on-line vieram para ficar”, adiciona Gurgueira.
Itens básicos se tornam prioridade
A pesquisa mostra também que, com a liderança de itens de mercearia neste período contra hortifruti (produtos para consumo rápido) no ano anterior, o consumidor brasileiro está buscando pelo básico na compra on-line.
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) do IBGE, divulgado em abril, houve uma alta de 12,85% no preço de alimentos e bebidas. Entre os principais produtos impactados estão a cenoura (195% de alta), tomate (117,48%), a abobrinha (86,83%) e raízes e legumes (68%).
“Isso significa que os clientes estão se familiarizando mais com esse tipo de compra, e buscando consumir itens de mais duração, que geralmente fazem parte de compras maiores e não daquelas que são pontuais. Além disso, a alta nos preços pode ter influenciado nas preferências do consumidor”, finaliza o executivo da Linx.
Fonte: Correio Braziliense