Estar no Varejo de Alimentos comercializando pela internet ou WhatsApp requer muita expertise e estar atento às novas oportunidades
Ainda que a venda online de Alimentos e Bebidas seja incipiente em toda América Latina quando comparamos com o resto do mundo, ela decolou durante a pandemia. A experimentação forçada pelo fechamento de vários estabelecimentos físicos de outros segmentos e pelos lockdowns ao redor do mundo elevou a penetração online global de Grocery a um pico de 10%.
Mesmo com o esperado recuo para algo em torno de 7,5% de share em 2021-2022, o segmento está com tração elevada e é previsto que ele cresça mundialmente a uma taxa anual de 25% até 2030, alcançando um valor estimado de US$ 2,1 trilhões.
Desenvolvimento distinto nas diversas partes do mundo
Outro ponto relevante na análise é que esse desenvolvimento não tem a mesma velocidade em todo o globo, estando distribuído de forma bastante díspar entre as regiões. Na Ásia, a penetração alcançou 15,3% em 2021, já na América Latina essa participação foi de somente 0,9%. Contudo, observa-se na prática que as empresas com canais de vendas digitais já estabelecidos apresentam uma participação mais acentuada desse canal, em torno de 2,5%. Em outras palavras, o share médio do online é reduzido pelo fato de um relevante número de empresas que ainda não venderem online.
Isso pode ser exemplificado no ramo supermercadista, em que apenas 1/3 (36%) das empresas vendem através de e-commerce (próprio, marketplaces e/ou aplicativos de entregas) e um pouco mais, 46%, utilizam-se de aplicativos de mensagem para capturar pedidos.
De imediato, isso traz uma grande oportunidade de desenvolvimento para o segmento. Ao mesmo tempo, demonstra o longo caminho que deve ser percorrido até se igualar às referências mundiais. Todavia, na construção desse caminho, é importante sempre colocar o cliente no centro das estratégias e entender as suas necessidades e o seu comportamento.
Cliente é foco
No caso de Alimentos e Bebidas, é sabido que a experiência sensorial é importante e que as lojas físicas, ainda que tenham que alterar o seu papel na jornada do consumidor, nunca deixarão de existir e se manterão como a principal opção de compra do consumidor.
Mas, superado esse entendimento, o aumento da frequência de compras e do número de consumidores online será alavancado pelas soluções que as empresas trarão por meio de temas como taxa de entrega, qualidade dos produtos frescos, disponibilidade de mix online, pedido mínimo e tempo/janelas de entrega.
* Leandro Alves tem sólida experiência em atacado e varejo (online e offline), SAC, pós-vendas, vendas multicanais, B2B, B2C, novos negócios e desenvolvimento de estratégias. Mestre em Administração, atualmente é Business Developer no Grupo Martins e Membro do Conselho de Curadoria do E-Commerce Brasil.
Fonte: ECBrasil