Pesquisa Anual do Comércio relata que na pandemia, os ganhos dos combustíveis sofreram perdas no segmento
Com a mudança nos hábitos de consumo provocados pela pandemia, o setor de supermercados ampliou sua participação na receita operacional líquida das atividades comerciais, enquanto o comércio por atacado e varejista de combustíveis lubrificantes perdeu espaço.
O movimento aparece de forma clara na Pesquisa Anual de Comércio (PAC) 2020, divulgada nesta quarta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2020, o setor de supermercados e hipermercados respondeu por 13,6% da receita operacional líquida, acima dos 12,9% de 2019. É o grupamento de atividade com maior participação entre os 22 nos quais se dividem as empresas comerciais.
O comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas e fumo também avançou, passando de 4% em 2019 para 4,4% em 2020, ao lado do comércio por atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, de 7,5% para 8,5%, considerando a mesma base de comparação.
Já o comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes – que ocupa segunda posição no ranking – viu sua fatia recuar de 11,6% em 2019 para 10,1% em 2020. Houve redução da parcela do comércio varejista de combustíveis e lubrificantes de 8,4% para 7,2%, considerando a mesma base de comparação.
Já o comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes – que ocupa segunda posição no ranking – viu sua fatia recuar de 11,6% em 2019 para 10,1% em 2020. Houve redução da parcela do comércio varejista de combustíveis e lubrificantes de 8,4% para 7,2%, considerando a mesma base de comparação.
As mudanças refletem o cenário de isolamento social provocado pela pandemia, especialmente nos primeiros meses. Com uma parcela grande das pessoas em casa, aumentou o consumo de produtos de mais primeira necessidade, como alimentos, seja em supermercados e hipermercados ou no varejo e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, tomando espaço de outros segmentos.
Ao mesmo tempo, esse isolamento derrubou a comercialização de combustíveis, tanto no atacado quanto no varejo, e outras atividades, como o comércio varejista de tecidos, vestuário, calçados e armarinho, por exemplo, que viu sua parcela em relação à receita operacional líquida das atividades comerciais cair de 3,8% em 2019 para 2,6% em 2020.
Fonte: Lucianne Carneiro e Alessandra Sraiva, Valor