Em Destaque · 13 setembro 2021

O abate de bovinos no Brasil atingiu a marca de 7,08 milhões de cabeças no segundo trimestre de 2021, o menor patamar para o período desde 2011, segundo dados da nova edição das Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nesse sentido, como o mercado de carnes deve reagir ao longo dos próximos meses?

Como anda a produção?

Ao considerar o número acima, o volume de abates caiu 4,4% em relação ao mesmo mês de 2020, mas cresceu 7,4% na comparação com os três primeiros meses deste ano. Ainda, o levantamento do IBGE indica que a retenção de fêmeas, tendência observada desde o início de 2020, se mantém nos mesmos patamares: o total de fêmeas abatidas foi de 2,59 milhões, o menor para um segundo trimestre desde 2003.

Simultaneamente, os preços médios da arroba bovina e do bezerro seguem elevados e o volume de carne bovina in natura exportada foi o segundo maior para um aglomerado de três meses, levando em consideração a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Além disso, nesse segundo trimestre o abate de bovinos sofreu queda em 21 dos 27 estados.

O abate de suínos, por sua vez, cresceu 7,6% no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. O volume de 13,04 milhões é o maior da série histórica desde 1997. Já na comparação com o primeiro trimestre, a alta foi de 2,9%.

Por outro lado, observou-se um crescimento no abate de frangos em 7,8% em relação ao segundo trimestre de 2020 e queda de 3% em relação ao primeiro trimestre deste ano. Por fim, a produção de ovos de galinha somou 985,70 milhões de dúzias de abril a junho, igualmente um recorde histórico para esse intervalo. O volume cresceu 0,9% em relação ao segundo trimestre de 2020 e 0,5% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.

Preço das carnes vai subir ou cair?

A partir desses movimentos, e com a alta do dólar, espera-se que os preços da carne sigam em escalada. Isso porque o incentivo as exportações seguem mais atraente e a redução no abate de bovinos pode influenciar como um todo.

Na prática, o aumento da escassez de carne bovina provocará aumento na demanda por seus substitutos, elevando o preço geral nesse mercado de proteínas, podendo afetar também o mercado de ovos.

Dessa forma, os consumidores ainda devem se manter atentos aos preços das carnes nos próximos meses, uma vez que esses produtos são aqueles que tem forte impacto no bolso e no padrão de alimentação dos brasileiros.

Fonte: Folha Vitória – AGRO BUSINESS por STEFANY SAMPAIO