Em Destaque · 29 setembro 2021

Sabão em barra, detergente, alvejante e água sanitária estão entre os itens com maior aumento

Um levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontou alta nos preços dos produtos de limpeza nos últimos 12 meses, chegando a um aumento de 32% em alguns itens, como o sabão em barra. Em Uberlândia, consumidores têm apostado em outras marcas e estratégias para economizar na hora das compras.

O economista Carlos Henrique Paixão citou três fatores que influenciaram na alta dos preços dos produtos de limpeza, sendo eles, a pandemia, alta do dólar e escassez de matéria prima.

“O perfil do consumidor mudou no último ano em decorrência ao isolamento social causado pela pandemia. Com isso, o brasileiro passou a cuidar mais da higiene pessoal e do ambiente em que está, seja casa ou comércio. Em razão disso, a demanda aumentou”, explicou.

Ele ainda explicou que o atual momento econômico impacta o aumento. “Estamos vivendo em um momento onde a indústria não está trabalhando com força total, por isso a escassez de mão de obra prima. Além disso, a alta do dólar proporciona essa falta, já que matéria prima em grande maioria é importada. Nesse processo quem recebe todo esse custos é o consumidor final”, comentou.

Segundo o levantamento, o sabão em barra é destaque, com alta de 32%. Seguido por itens, como alvejante com 11% de aumento, detergente com 10% e ãgua sanitãria também com 10%.

O economista ainda completou que a expectativa é que os preços podem aumentar ainda mais até o fim do ano. Para ele, o hãbito da higiene, que se tornou frequente com a pandemia, deve permanecer por um bom tempo e a demanda deve continuar alta.

“A expectativa é que alguns hábitos permaneçam, além disso, até o final do ano podemos esperar ainda mais aumento dos preços de diversos produtos”, concluiu.

Impacto

Rosimary Divina é pedagoga e mora com o marido. Devido à renda limitada e com o aumento no valor dos insumos, o casal precisou tomar medidas para que os preços caibam dentro do orçamento familiar. A compra mensal que antes era recheada com produtos de melhor qualidade agora contém o que é realmente necessário.

“Antes eu comprava o sabão de 500g por R$ 5 e durava em média 15 dias. Agora, o valor passou para R$ 12 e precisei trocar a marca para caber no orçamento. Além disso, passei a fazer sabão caseiro para diminuir os custos. No mercado tenho comprado detergentes de marcas desconhecidas que não são tão boas, mas é o que cabe na nossa realidade”, comentou.

Além dos consumidores, os comerciantes também têm percebido a alta dos produtos de limpeza. Claudete Afif é dona de uma loja de produtos de limpeza há 15 anos, no Centro de Uberlândia, e está lutando para manter as vendas em dia.

“A pandemia trouxe a mudança de perfil do consumidor. Como eles estão mais em casa, tivemos uma primeira alta de 40% nas vendas dos produtos de higiene, mas com a inconstante variação dos preços temos tido dificuldades em oferecer esse produtos, por exemplo, tenho optado por trabalhar com outras marcas para que o cliente tenha mais opções de compras”, comentou a empresária.

Claudete ainda disse que está fazendo mudanças no negócio para evitar prejuízos. “Temos convênios com algumas empresas, além disso, oferecemos mais opções de parcelamento e orientamos ao cliente para optar por produtos mais concentrados, pois hã um melhor custo- benefício”, completou Claudete.

Fonte: Diário de Uberlândia