Com a diminuição nas exportações, setor supermercadista quer que a indústria baixe os valores para cobrar menos do consumidor final
A alta da inflação e o aumento do valor do quilo da carne prejudicaram as vendas e o consumo do produto no Brasil. Entretanto, o cenário pode ser aliviado se frigoríficos concordarem em baixar os preços para esvaziar os estoques cheios, segundo o setor supermercadista.
Os freezers das indústrias brasileiras estão com mais produtos do que o mês passado. Os embargos da China e a suspensão da compra de carne bovina pelo país levou a queda de 43% da exportação total dessa proteína em comparação com setembro de 2021, de acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Para a Acats (Associação Catarinense de Supermercados), a lógica indica que o mercado interno teria mais oferta de carne e, por consequência, o preço reduziria, mas isso não está acontecendo.
“Os frigoríficos estão tendo uma oportunidade de ouro. Se concordem em reduzir os preços da carne bovina e desovarem seus estoques que devem estar bem altos neste momento, vamos repassar a vantagem sem a menor dúvida”, garante o presidente da Acats, Francisco Crestani.
Para o dirigente, o momento seria ideal para a redução do preço da carne bovina, aproveitando também a baixa no preço da arroba do boi, que é oferecido ao pecuarista por parte da indústria.
Um dos principais estados produtores do Brasil, o Mato Grosso, teve a redução do preço da arroba de R$ 315 para R$ 255 em outubro, mas esta variação ainda não chegou aos supermercados, segundo a ACATS.
“O consumidor sempre responsabiliza o supermercado como causador de um reajuste de preço, quando na realidade, não é ele quem faz o preço, e sim, a indústria e o setor produtivo em geral”, explica Crestani.
Querendo aumentar as vendas para o consumidor final, os setor torce para que o preço da carne chegue mais baixo para os supermercados.
“Temos um cenário com a redução de vendas por conta do combinado de inflação mais alta e pressão de preços de combustíveis, gás de cozinha e energia elétrica. A carne bovina é um item essencial na mesa do consumidor e uma redução no preço daria um alívio para o bolso”, finaliza o empresário.
Fonte: ND+