Pequenos negócios dos setores de Infraestrutura e Indústria também tiveram saldo positivo, segundo Índice de Atividade Econômica de PMEs
O faturamento médio real (descontando a inflação) agregado de pequenas e médias empresas (PMEs) no terceiro semestre de 2021 apresentou expansão de 6,5% ante o mesmo período do ano passado, segundo o Índice de Atividade Econômica de PMEs (IAE) que considera o faturamento médio mensal de mais de 78 mil PMEs brasileiras. Os dados, divulgados primeiramente pelo Valor Investe, são da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, e confirmam a tendência de recuperação que já vinha sendo observada no primeiro semestre de 2021 dentro da base de clientes.
Ao se observar as atividades que mais contribuíram para os resultados dentro de cada grande setor, o relatório destaca que o Comércio registrou um avanço disseminado, com crescimento no atacado, no varejo, e no comércio e reparação de veículos e motocicletas.
Já no segmento de Infraestrutura, o desempenho no atual trimestre foi puxado por atividades como:
- captação, tratamento e distribuição de água;
- coleta, tratamento e disposição de resíduos;
- recuperação de materiais e construção de edifícios.
Dentro da Indústria, o destaque positivo foi para as atividades de metalurgia, fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e fabricação de móveis. Por outro lado, as PMEs focadas em subsetores de apoio à extração de minerais e fabricação de produtos do fumo enfrentaram queda significativa no terceiro trimestre.
O desempenho dos negócios é avaliado a partir de dados anonimizados de faturamento (informação que passa por etapas que garantem a desvinculação da pessoa física ou jurídica), dentro de 826 CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) com base estatística válida. O resultado médio é deflacionado com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para que seja possível observar a evolução dos ganhos em termos reais.
De forma isolada, o avanço do faturamento dos segmentos de Infraestrutura e Comércio foi o mesmo: 15,6% na comparação trimestral anual. Na indústria, o resultado foi de +3,6% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.
Já as PMEs do Agronegócio apresentaram ligeira queda de 2,2%. Ainda assim, no acumulado do ano até agora, estes negócios mostram crescimento de 10,6% no faturamento médio, se comparadas ao mesmo período de 2020.
Serviços mantém recuperação com a maior abertura econômica
O fim gradual das restrições de mobilidade, impostas pela necessidade de conter a disseminação da covid-19, e o avanço da vacinação contra a covid-19 no país, levou os pequenos e médios negócios de Serviços a respirar um pouco e atingir um avanço no faturamento médio real de +4,7% na comparação trimestral anual confirmando a tendência de recuperação que já havia sido observada desde o final de março.
O aumento da circulação das pessoas levou a uma volta do consumo de serviços de alojamento; atividades imobiliárias e de serviços financeiros, subsetores que mais contribuíram para o resultado destas PMEs.
“Com a reabertura econômica no decorrer do segundo semestre de 2020, o setor de Serviços mostrou robusta recuperação. Porém, com a segunda onda da pandemia no país no início de 2021, o faturamento dessas PMEs sofreu um novo choque negativo”, comenta Fábio Flaksberg, diretor de operações da Omie.
Ainda assim, o executivo destaca que o cenário não retomou integralmente os níveis pré-pandemia. “Em termos comparativos, o faturamento médio no terceiro semestre permanece cerca de 2,2% abaixo do nível verificado no mesmo período de 2019. Observamos que os serviços de entrega, as atividades artísticas e o transporte aquaviário puxaram para baixo o faturamento médio do setor no 3º trimestre de 2021” finaliza.
Fonte: Valor Investe