Em Destaque · 16 janeiro 2024

Aplicações de Inteligência Artificial estão presentes no varejo americano, mas somente depois que uma infraestrutura é montada nas empresas

Nos últimos meses, o hype sobre Inteligência Artificial tem sido tão intenso que, muitas vezes, tem-se a impressão que quem não embarcou na onda está fadado ao desaparecimento. Ao menos no varejo americano, porém, a história é bem diferente.

O primeiro dia da NRF Big Show 2024, o maior evento de varejo do mundo, que começou neste domingo em Nova York, mostrou que as empresas têm uma visão bem mais madura sobre o uso da tecnologia: a IA pode ser incrível para os negócios, mas depende de uma infraestrutura e de maturidade digital para acontecer.

“O varejo é um setor complexo, com múltiplos pontos de contato com os consumidores”, comenta Smita Katakwar, vice-presidente de tecnologia da rede de supermercados Wegman’s. Para ela, o varejo precisa se preocupar, acima de tudo, em atender bem seus clientes, mantendo o frescor e a qualidade dos produtos. “Isso exige muita preparação, com base no que os consumidores esperam receber em cada loja física ou ponto digital de contato com o cliente. Precisamos ser eficientes, focando no que é importante para a missão e o propósito do negócio˜, afirma ela.

É a partir do foco no cliente que a rede varejista, com 160 anos de história, pretende avançar mais um século. “A tecnologia pode mudar, mas o que tem que estar inalterado é nosso foco nos clientes˜, afirma.

Para Michelle Evans, líder global de varejo e consumo digital da Euromonitor, a IA está no centro de uma das 5 tendências que vão redefinir o e-commerce em 2024. “O e-commerce será cada vez mais intuitivo, com experiências de compra personalizadas para cada cliente. Isso envolve estratégias de coleta e análise de dados, que fazem os negócios serem cada vez mais intuitivos”, comenta.

Esse cenário só acontecerá, porém, para quem estiver preparado. E isso passa por toda uma infraestrutura, composta por uma infraestrutura de rede robusta, recursos de coleta e análise de dados e aculturamento dos profissionais. ˜É preciso alavancar o uso dos dados e do poder das redes em tempo real para acelerar a tomada de decisões. Mas recursos como o monitoramento e decisões em tempo real, com visibilidade da operação independente do canal de vendas, só acontecem com quem tem cultura digital e infraestrutura de redes e aplicações˜, afirma Rodney McCarter, vice-presidente de infraestrutura e operações da rede de supermercados Meijer. ˜Essa é uma jornada que leva tempo para acontecer˜, completa o executivo.

Foto: NRF – Jason Dixson Photograph

Fonte: Renato Muller – SuperHiper