Pesquisa por produtos de menor valor é maior revelam Google, ebit/Nielsen e GfK
Smartphones e notebooks mantêm o reinado entre os produtos mais desejados na Black Friday deste ano, marcada para 26 de novembro, mas o ranking de interesse dos brasileiros este ano também traz mudanças que refletem a volta dos encontros presenciais, novos hábitos adquiridos na pandemia e o menor poder de compra diante da inflação.
Chocolates, cosméticos, itens de decoração e videogames subiram posições entre os produtos preferidos pelos brasileiros, e a geladeira não aparece mais entre os 10 produtos mais desejados, segundo dados de Google, ebit|Nielsen e GfK.
“A retomada do presencial pode antecipar um processo de compra de presentes, no lugar de itens mais caros, este ano”, afirma Fernando Baialuna, diretor da unidade de negócios de varejo da GfK.
O levantamento da empresa sobre os produtos mais desejados é encabeçado por smartphones, calçados e televisores, mas o interesse em promoções de roupas, cosméticos e perfumes também aumentou, assim como por chocolates, que saltaram da 26ª posição, no ranking do ano passado, para a oitava, neste ano. “O Natal sempre ajudou nas vendas de itens de moda, chocolates finos e perfumes, que são símbolos de lembranças no fim do ano”, afirma Baialuna.
Consoles de videogames e jogos, categoria que ganhou força na pandemia, também estão em alta. O levantamento da GfK com 560 consumidores mostrou que a categoria subiu da 16ª posição, no ano passado, para a décima neste ano.
“iPhone 12”, “Xbox Series S” e “camisa” são os três itens com a maior alta em buscas ligadas à Black Friday no Google, em outubro deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado. A lista dos dez itens mais buscados ainda contempla o termo “passagem aérea”, na sexta posição, com 82% de alta em volume de buscas, seguido por “tênis”, com avanço de 37% em relação a outubro de 2020.
“A busca pelo entretenimento também releva um desejo mais claro do consumidor de se auto presentear”, observa Baialuna.
Uma pesquisa da Nimo TV, plataforma de streaming de jogos, com 1.600 usuários, mostrou que 43% pretendem atualizar seus equipamentos de games nesta Black Friday. Entre os pesquisados, 67% planejam trocar de smartphone no período de promoções e 57% planejam adquirir um console de videogame este mês.
A análise da GfK também mostra que a motivação de compra de eletroeletrônicos é diferente na Black Friday. No primeiro semestre, 33% das intenções de compra de smartphones, 44% de notebooks e 60% de TVs estavam voltadas a trocas de produtos quebrados.
Já para a temporada de promoções, que tem seu auge em 26 de novembro, o interesse se volta à escolha de um aparelho ou computador mais avançado para 40% dos interessados em um novo dispositivo móvel e 33% entre os que buscam notebooks. A compra de uma TV adicional é motivo de interesse para 30% dos consumidores.
Produtos de casa e decoração estão em terceiro lugar nas intenções de compra para 30% dos 2.336 consumidores on-line entrevistados pela Ebit|Nielsen em setembro. A lista é liderada pelos eletroeletrônicos, seguidos por eletrodomésticos, com 44% e 39% das intenções de compra.
No ranking da Ebit|Nielsen, a categoria com maior variação nas intenções de compra foi a de cosméticos e perfumaria, que passou de 21% para 24% dos desejos de compra no comparativo entre a Black Friday de 2020 e a deste ano. Já o interesse em telefonia/celulares, em que se encaixam os celulares simples (“feature phones”), mas não entram os smartphones, caiu de 25% para 23%.
No Google, o décimo item da lista de produtos mais buscados em outubro é o termo “sofá” atrelado à Black Friday, com 30% de aumento no volume de buscas, em relação ao mesmo período de 2020.
“Após um ‘boom” de reformas, no ano passado, há um movimento natural de decoração do lar, seguindo mudanças de prioridade provocadas pela pandemia”, afirma Baialuna.
Fonte: Por Daniela Braun, Valor