A importância da digitalização, do desenvolvimento de novas modalidades de serviço e da personalização da experiência de compra do consumidor

A NRF Retail’s Big Show 2025, que aconteceu em janeiro, no Jacob K. Javits Center (Nova Iorque), Estados Unidos, promoveu discussões sobre as mudanças no varejo alimentício global e destacou tendências que podem impactar o setor no Brasil. O evento contou com a divulgação da pesquisa “Retail Reinvention: A Framework for Future Growth”, realizada pela Euromonitor em parceria com a National Retail Federation (NRF), que apontou transformações na forma como consumidores compram e consomem alimentos.
De acordo com o estudo, apesar de supermercados, mercearias e hipermercados locais representarem 72% das vendas globais de alimentos em 2023, outras modalidades de consumo têm ganhado espaço. Clubes de compra, e-commerces de alimentos e serviços de alimentação por entrega com retirada ou drive-thru se consolidam como canais relevantes. O crescimento desses formatos reflete mudanças nos hábitos dos consumidores e o avanço tecnológico no setor.
A expansão dos drive-thrus para além do fast food, alcançando cafeterias, padarias e restaurantes casuais, foi um dos pontos discutidos. Outro movimento identificado na pesquisa foi a fusão do varejo com serviços de alimentação, como a incorporação de estações de refeições prontas em supermercados e a implementação de cozinhas destinadas exclusivamente à entrega ou retirada. Esse modelo possibilita a diversificação da oferta dentro do varejo alimentar.
O estudo revelou que fatores como conveniência, custo-benefício, saúde e sustentabilidade estão moldando o comportamento de compra. No cenário global, 60% dos consumidores preferem marcas com práticas sustentáveis e demonstram disposição para pagar mais por produtos nutritivos e de qualidade superior. A produção local de alimentos também aparece como critério de escolha, o que sinaliza a necessidade de adaptação por parte do varejo.
A digitalização foi apontada como um elemento central para o desenvolvimento do setor. A pesquisa identificou que 58% dos consumidores utilizam o celular para pesquisar antes de realizar compras alimentares, um comportamento que não era observado há dez anos. Além disso, as compras de alimentos online devem crescer 5% em 2025. O modelo de consumo híbrido, no qual a jornada do consumidor começa no digital e se conclui no ambiente físico, reforça a necessidade de integração entre os canais de venda.
A adaptação do varejo inclui estratégias como o investimento em marcas próprias, que possibilita fidelização e maior margem de lucro. Além disso, novas soluções de pagamento foram destacadas como fator relevante para aprimorar a experiência do cliente. A oferta de cartões próprios, linhas de crédito e pagamentos sem atrito foram apontadas como formas de tornar o processo de compra mais eficiente e vantajoso para consumidores e varejistas. “O espaço físico vira então um hub de experiências, que dá a oportunidade de experimentar produtos e ter alguém para atender e garantir um serviço personalizado, assistido”, comenta Pedro Albuquerque, co-fundador e Diretor de Novos Negócios da RPE – Retail Payment Ecosystem, empresa especializada em soluções de meios de pagamento.
Fonte: SuperVarejo