Em Destaque · 14 junho 2023

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, desacelerou para 0,23% em maio, abaixo das expectativas. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em abril, o índice foi de 0,61%.

Em 2023, a alta acumulada do IPCA é de 2,95%. Já nos últimos 12 meses, o índice é de 3,94%.

O que indica o IPCA atual?

A inflação para o mês é a menor desde setembro de 2022, quando foi registrada uma deflação de 0,29%, impulsionada, na época, pela queda no preço dos combustíveis.

A taxa no acumulado em 12 meses é a mais baixa desde outubro de 2020, quando ficou em 3,92%.

Veja a inflação em maio para cada um dos grupos pesquisados

Saúde e cuidados pessoais: 0,93%

Vestuário: 0,47%

Alimentação e bebidas: 0,16%

Transportes: -0,57%

Habitação: 0,67%

Despesas pessoais: 0,64%

Artigos de residência: -0,23%

Educação: 0,05%

Comunicação: 0,21%

Os grupos de Transportes foram os únicos a registrarem queda no mês. No primeiro, destacam-se os recuos nos preços das passagens aéreas (-17,73%), além do resultado de combustíveis (-1,82%), por conta das quedas do óleo diesel (-5,96%), da gasolina (-1,93%) e do gás veicular (-1,01%).

A desaceleração também foi influenciada pela forte desaceleração nos preços de alimentos. A taxa do grupo de Alimentação e bebidas passou de 0,71% em abril para 0,16% em maio. “Trata-se do grupo com maior peso no índice, o que acaba influenciando bastante no resultado geral”, explica André Almeida, analista da pesquisa. Entre as quedas, destaque para os preços das frutas (-3,48%), do óleo de soja (-7,11%) e das carnes (-0,74%).

Do lado das altas, os destaques foram as altas de plano de saúde (1,20%), itens de higiene pessoal (1,13%) e produtos farmacêuticos (0,89%).

Expectativas

Resultado veio melhor que o esperado. Nesta semana, economistas do mercado financeiro baixaram a projeção para o IPCA de maio no Boletim Focus: a mediana passou de 0,39% para 0,37%. Já a expectativa para a inflação dos próximos 12 meses cedeu de 4,69% para 4,60%, de 5,14% há um mês.

Para o Ministério da Fazenda, resultado mostra processo desinflacionário em curso. “Embora se espere um aumento nesse indicador a partir de julho, em função do efeito-base pela retirada da deflação dos combustíveis no período de julho a setembro de 2022, verifica-se que um processo desinflacionário está ocorrendo”, afirmou o governo, em nota.

Apesar da desaceleração da inflação, a aposta do mercado é que um corte na taxa básica de juros ainda não ocorrerá na reunião deste mês do Banco Central. “O Copom poderia cortar a Selic não reunião de junho? Poderia. O colegiado vai cortar? Não, não vai. A questão na mesa é que não se pode dar “um cavalo de pau” na comunicação, logo o que espero é ver sinalizações claras na próxima ata que há espaço para algum afrouxamento monetário no segundo semestre e isso já vai ajudar – e muito – o humor empresarial e a retomada da economia”, afirma o economista André Perfeito.

Como se calcula o IPCA?

O índice é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, residentes em áreas urbanas.

Entre as categorias consideradas para mapear o aumento, diminuição ou estabilidade geral nos preços, estão os custos com alimentação e bebidas, habitação, saúde, transportes, educação, entre outros.

Fonte: Uol