Segundo a CNC, aumento no número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho influenciou o resultado positivo
Os brasileiros ficaram mais propensos às compras em março, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 1,8% em relação a fevereiro, o terceiro avanço consecutivo na série com ajuste sazonal, para o patamar de 78,1 pontos. Na comparação com março de 2021, houve um aumento de 5,9%.
Segundo a CNC, o aumento no número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho influenciou o resultado positivo. Apesar da melhora, o índice permanece abaixo do nível de satisfação, de 100 pontos, desde abril de 2015, quando estava em 102,9 pontos.
Entre os componentes do ICF, o destaque positivo no mês de março foi o que mede a avaliação sobre o Emprego Atual, com alta de 2,6% em relação a fevereiro, para 102,0 pontos, o primeiro item a voltar à zona considerada satisfatória pelos consumidores.
O componente de Perspectiva Profissional teve uma expansão de 2,8% em março ante fevereiro, para 92,6 pontos; o de Renda Atual subiu 3,2%, para 87,0 pontos; Acesso ao Crédito, aumento de 1,0%, para 81,4 pontos; Nível de Consumo Atual, alta de 1,7%, para 62,1 pontos; Perspectiva de Consumo, queda de 1,2%, para 79,5 pontos; Momento para Duráveis, alta de 0,8%, para 42,4 pontos.
“Mesmo com as famílias ainda considerando, em sua maior parte, dificuldade de ter acesso ao crédito, o segundo aumento seguido desse componente aponta que a renda mais equilibrada e maior confiança na manutenção do emprego proporcionam condições de consumo favoráveis o suficiente para compensar esse desafio”, avaliou a economista Catarina Carneiro da Silva, responsável pela pesquisa da CNC, em nota oficial.
Para ela, a melhora na percepção dos consumidores em relação às compras a prazo favorece os bens de consumo duráveis.
“São itens que costumam ser adquiridos por meio de parcelamento, já que têm custos mais altos. Momento para Compras de Duráveis, que vinha em queda nos últimos meses, apresentou, em março, seu primeiro crescimento (alta de 0,8%, após seis meses de recuos)”, completou Catarina.
A pesquisadora pondera que a incerteza em relação ao futuro, sob os efeitos da guerra e as dificuldades econômicas domésticas, piorou o item Perspectiva de Consumo, “revelando que as famílias ficarão atentas à evolução do ambiente econômico antes de consumir, nos próximos meses”.
Na avaliação por faixa de renda, a intenção de consumo das famílias com ganhos acima de dez salários mínimos mensais subiu 1,0% em março ante fevereiro, para 94,5 pontos. Entre as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, o indicador teve um crescimento de 2,1%, para 74,7 pontos.
Fonte: Época Negócios