Em Destaque · 27 julho 2022

Boa notícia: após 16 altas consecutivas, Goiânia registrou a primeira queda na prévia da inflação para julho e a menor do País com -0,98%. Foi puxada pelas reduções nos custos de transporte (-3,78%) e habitação (-3,56%). O resultado da pesquisa do IPCA-15, divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (26/7), revela que as variações negativas destes dois grupos refletem a redução das alíquotas de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações.

Em Goiânia, o ICMS da energia elétrica caiu de 29% para 17%, reduzindo a tarifa em 12%, a queda mais expressiva do País. No mesmo sentido, os combustíveis (veículos) tiveram uma redução de 10,8% em julho, segunda queda consecutiva e também a quarta no ano.

Contribuíram para a queda nos combustíveis as reduções nos preços da gasolina (-11,9%) e do etanol (-9,7%). O diesel apresentou alta de 6,7% em julho, conforme o IBGE.

Efeito ICMS

O economista Luiz Carlos Ongaratto credita o resultado principalmente ao grande peso da redução das alíquotas do ICMS. “Como Goiás tinha uma alíquota elevada, principalmente quando falamos de custos dos transportes, focando na gasolina, tivemos um peso muito grande nessa retração”, analisou o economista ao EMPREENDER EM GOIÁS.

“Como houve uma grande diminuição dos preços dos combustíveis, esse índice fica mascarado. Não é que o preço da alimentação tenha ficado mais barato. É a média do índice que fica menor”, frisa. Ongaratto pontua que houve aumento nos custos de outros produtos, porém, com peso menor. “Também para contrabalancear, habitação e transportes também tiveram uma redução muito grande”, destaca.

Sobre habitação, o economista avalia que percebe-se que o mercado começa a dar alguns sinais, principalmente em relação à estagnação econômica, com a consequente queda de preços. “Interessante observar que baixar o valor do ICMS tem impacto na redução da inflação, mas esse indicador da habitação mostra um mercado em crise, desaquecido”, analisa, citando outros dados do IPCA-15 em Goiânia: alimentação, com aumento de quase 1%; artigos de residência acima de 1%; vestuário acima de 2%; saúde, 1%.

“É importante observar que o custo de vida não diminuiu”, conclui Ongaratto.

Fonte: Empreender em Goiás