Por conta disso, um número maior de pessoas acha que o país vai melhorar até o final do ano
O aumento menor nos preços têm feito com que as famílias brasileiras se sintam mais otimistas em relação aos rumos da economia do país. É o que mostra a pesquisa “Radar Febraban”, realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), e divulgada nesta quinta-feira 6 pela Federação Brasileira de Bancos, a Febraban. Por conta da melhora das condições econômicas, cresceu a percepção da população brasileira de que o país, atualmente, está melhor do que estava em 2022.
A pesquisa apontou que 41% dos entrevistados sentem que o país está melhor do que no ano passado. O índice representa um crescimento de 4 pontos percentuais em relação à última edição da pesquisa, lançada em abril (àquela altura, o índice foi de 37%). Sobre essa percepção, houve queda de 1% entre os que dizem que o país está pior (25% em abril, 24% agora). Para 33% dos entrevistados, o país está igual (queda de 3% em relação à pesquisa anterior).
Por conta disso, um número maior de pessoas acha que o país vai melhorar até o final do ano. A expectativa positiva foi mencionada por 53% dos entrevistados (contra 51% da pesquisa anterior). Diminuiu em 4% (de 28% para 24%) os que acham que o país vai fiar pior.
Entre as diferentes parcelas da população, são os jovens que se mostram mais otimistas sobre o futuro. Na faixa etária que vai de 18 a 24 anos, a percepção de que o país vai melhorar se manifestou em 56% dos entrevistados.
Embora a economia de um país seja um mecanismo complexo e envolva uma longa lista de fatores – balança comercial, produção industrial, cenários macro e micro, entre muitos outros -, não é incomum que, para grande parte da população, a forma mais direta de perceber se a economia anda bem ou mal é através dos preços dos produtos. O acesso ao consumo é um fator básico na vida das pessoas. Nesse sentido, a pesquisa divulgada hoje constatou que houve uma diminuição na percepção de aumento de preços.
Essa queda na percepção tem a ver com mudanças objetivas: de fato, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) para o mês de junho, divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 0,04% No trimestre, o acúmulo é de 1,12%, o que é menor que os 3,04% registrados no mesmo período do ano passado.
Diante desse cenário, a pesquisa da Febraban mostrou que houve uma diminuição de oito pontos percentuais (de 67% para 59%) entre as pessoas que acreditam que houve aumento nos preços. Quase um quinto (18%) dos entrevistados relatou que percebeu uma diminuição nos preços.
Os 59% captados pela pesquisa mostram, porém, que a parcela da população que sente que os preços ainda estão aumentando forma a maioria. Percepção, mais uma vez, baseada em fatores objetivos, uma vez que, apesar da queda no IPCA, a inflação ainda deverá segundo projeções, ficar acima do teto da meta definida pelo Banco Central (BC). O cenário poderá ser impactado daqui para o final do ano, a cada nova medida econômica do governo, por exemplo.
A percepção sobre o bom ou mau andamento da economia, como dito, costuma estar ligada à realidade dos preços. Isso não impede que outros fatores entrem na conta, como desemprego e acesso ao crédito. A pesquisa da Febraban buscou captar o peso dessas variáveis mencionadas na percepção das famílias brasileiras sobre a economia.
Para 39% dos entrevistados, o desemprego no país deve diminuir. Para outros 34%, porém, deve aumentar. No final do mês passado, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, vinculada ao IBGE, mostrou que a taxa de desocupação no Brasil, no trimestre de março a maio deste ano, ficou em 8,3%. A queda é de 1,5% em relação ao mesmo período de 2022. A taxa divulgada, aliás, foi a menor para um trimestre, desde maio de 2015.
Os brasileiros estão mais otimistas em relação ao crédito. Para 41% dos entrevistados, o acesso ao crédito irá aumentar (um aumento de 3% em relação à pesquisa anterior). Houve queda de 4% entre os que acham que o acesso ao crédito vai diminuir (de 26% para 22%).
O Radar Febraban foi realizado com 2 mil entrevistados de todas as regiões do país, entre 22 e 29 de junho de 2023. A margem de erro para a amostra nacional é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O intervalo de confiança da pesquisa é de 95,5%.
Fonte: CartaCapital