Em Destaque · 21 julho 2022

“Estão aprendendo a entender a demanda principalmente pelo uso de tecnologia”

Dados divulgados pela Neogrid (NGRD3), empresa especializada em cadeias de suprimentos, indicam que índice geral de rupturas (produtos que faltam nas prateleiras) teve ligeira queda em junho e ficou em 11%, comparado aos 11,5% de maio. “As varejistas não estão mais comprando por oportunidade, mas sim por necessidade. Diversas indústrias têm limitado os volumes e, por isso, os descontos concedidos têm sido mais criteriosos”, afirma Robson Munhoz, diretor da Neogrid.

Ele afirma que as varejistas estão aprendendo a calcular a demanda do ponto de vista do consumidor. “É um ensaio mais apurado sobre o que de fato vende”, diz. “Estão aprendendo a entender a demanda principalmente pelo uso de tecnologia”, indica.

Além disso, o vice-presidente institucional da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, disse que a entidade tem estimulado os associados a negociar mais intensamente com a indústria para entender os aumentos de preços e identificar determinadas altas injustificáveis. “Não identificamos falta de produtos em razão da maior negociação de supermercados com indústria”, afirmou.

“Ruptura é algo inerente à operação dos supermercados. Em momentos inflacionários, normalmente há uma tendência disso aumentar”, diz. Isso ocorre porque, na tentativa de melhorar o preço de compra da mercadoria, os estoques diminuem e faltam determinados itens nas gôndolas até que se chegue a um acordo com o fornecedor.

Os dados são da pesquisa Consumo nos Lares Brasileiros da Abras. Para Joelson Sampaio, professor de economia da FGV, o cenário de inflação eleva o desafio para indústria e varejo na mesa de negociações. “As varejistas têm de aumentar a pesquisa e comparação de preços e produtos para conseguir melhorar as negociações. O atual momento demanda mais estratégias para se obter um bom planejamento.”

Fonte: Agrolink