Levantamento feito pela CoreBiz mostra que houve aumento da receita de lojas virtuais nos ramos de tecnologia, moda, alimentos e cosméticos; único segmento a apresentar recuo foi o de casa e construção
A pandemia de coronavírus mudou drasticamente os hábitos de consumo da população. Incentivados pela necessidade, muitos consumidores que antes torciam o nariz para o e-commerce começaram a comprar virtualmente, fazendo o setor crescer exponencialmente em 2020 na comparação com 2019. Acontece que boa parte gostou da experiência. Tanto que os números do comércio eletrônico de 2021 são melhores do que os do ano passado. Levantamento feito pela CoreBiz em cinco segmentos – casa e construção, cosméticos, moda, tecnologia e alimentos – mostra essa nova realidade.
O que mais cresceu foi o ramo de tecnologia, que apresentou alta de 103% na receita, quando comparado o período setembro/2020 a outubro/2021 com os 12 meses imediatamente anteriores (setembro/2019 a outubro de 2020). Também houve aumento de 107% no tráfego e de 17% na taxa de conversão. A taxa de conversão é a medição do percentual de visitação que se converteu em compras.
Com 77% de crescimento da receita, na mesma base de comparação, o segmento de alimentos foi o segundo que mais cresceu. O tráfego também teve aumento de 107%, mas a taxa de conversão apresentou redução de 25%. O de modas, por sua vez, apresentou alta na receita de 23%, de 10% no tráfego e queda de 11% na taxa de conversão, enquanto o de cosméticos obteve +3% (receita), -18% (tráfego) e +10% (conversão).
O único segmento que recuou foi o de casa e construção, cuja receita caiu 18%; o tráfego, 6%; e a conversão, 17%. “O que esses números mostram é a consolidação do e-commerce na cultura de consumo dos brasileiros”, comenta Felipe Macedo, fundador e co-CEO da CoreBiz.
Macedo avalia que o resultado do setor de casa e construção destoa dos demais porque em 2020 muita gente passou a trabalhar em home office, por issso resolveu fazer reformas e pequenos consertos, elevando as vendas on-line. “Neste ano, a situação começou a se normalizar e muita gente voltou ao trabalho externo. É uma hipótese para explicar o desempenho, mas pode haver outras.”
Black Friday
Uma curiosidade do levantamento feito pela CoreBiz é que no mês de outubro/21 todos os segmentos pesquisados apresentaram queda na receita na comparação com setembro/21. A redução no ramo de tecnologia foi de 26%, seguido de cosméticos (-13%), moda (-11%), casa e construção (-8%) e alimentício (-2%). Para o executivo da CoreBiz, o fenômeno está relacionado à Black Friday, que acontece sempre na última sexta-feira de novembro. “As pessoas deixam de comprar em outubro para comprarem o objeto de desejo com bons descontos durante o período de promoção”, afirma Macedo.
Fonte: Corebiz