De acordo com a Neogrid o brasileiro mudou alguns hábitos de consumo para driblar a alta dos preços
De acordo com um levantamento sobre o comportamento do consumidor no primeiro trimestre de 2023 da Neogrid, os brasileiros compraram cerca de 3,7 itens a menos nos três primeiros meses do ano, principalmente, no atacarejo (redução média de 6,5 unidades), o que representa uma queda de 13,8% no ticket médio gasto em relação ao mesmo período de 2022.
“Assim como o atacarejo, os supermercados também tiveram redução de 3,2 unidades colocadas nos carrinhos, enquanto o pequeno autosserviço se manteve no patamar entre os dois trimestres. O ticket médio nos supermercados despencou no período analisado, com redução de 19,5%”, comenta Luiza Zacharias, diretora de Novos Negócios da Horus.
Uma das razões para isso foi a falta de produtos nas gôndolas dos estabelecimentos, que chegou a 11,2% no intervalo analisado. Dentre os alimentos que mais estiveram ausentes das prateleiras dos supermercados, ovos e leite apresentaram maior índice de ruptura, com 15,5% cada. Outros itens da cesta básica que faltaram neste período foram o arroz (15,1%) e feijão (14%), o que representa um aumento de 79,7% e 60,9%, respectivamente, de escassez em relação à mesma época de 2022. O mesmo aconteceu com:
- Bebidas lácteas: 15,2% de ruptura, 7% a mais do que em 2022
- Alimento infantil: 14,8% de ruptura, 27,5% a mais do que em 2022
- Azeite: 13,9% de ruptura, 8,5% a mais do que em 2022
- Iogurte: 13,9% de ruptura, 7,7% a mais do que em 2022
Tal cenário foi ocasionado pelo aumento dos preços das mercadorias que, por sua vez, sofreram com a oscilação do dólar e sazonalidade dos ingredientes. No e-commerce, cinco categorias tiveram índice maior do que 50% dos artigos sendo vendidos fora do valor estabelecido pela indústria no trimestre: higiene pessoal (78,15%), medicamentos (70,06%), alimentos (66,01%), limpeza (65,30%) e beleza (60,7%).
O sabonete, por exemplo, teve um aumento do valor médio de 39,5%. Também, houve uma significativa variação de preço do arroz branco, feijão preto e café tradicional, produtos que estão diariamente na mesa dos brasileiros. Tanto é que esse foi um assunto amplamente comentado nas redes sociais. Mas além deles, também foi identificado um maior custo de:
- Biscoitos (35,2%)
- Pão (32,5%)
- Legumes (31,1%)
- Leite UHT (30,9%)
- Chocolate (30,0%)
- Snacks e salgadinhos (29,1%)
- Cerveja (25,1%)
- Refrigerante (22%)
- Frutas (12,8%)
- Frango (20,5%)
“Isso acontece porque, para produzir alimentos, é necessário investir em insumos, como matéria-prima, energia, mão de obra, transporte, entre outros. Além disso, existem alguns fatores que podem encarecer o processo produtivo, como a sazonalidade dos ingredientes, a oscilação do dólar, os encargos e tributos. Por isso, quando esse custo aumenta, é natural que o preço final também suba para não comprometer a margem de lucro do produtor. Por outro lado, se os custos de produção caem, é possível que o preço final do produto também seja reduzido. O preço das principais commodities agrícolas utilizadas na indústria de alimentos variou de 18% a 74%, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) — avanço que pode refletir em preços elevados para o consumidor final”, alerta o diretor de Customer Success da Neogrid, Robson Munhoz.
Fonte: Super Varejo