Levantamento da Abic aponta que em um ano, o pó de café subiu mais de 50%
Apesar da elevação dos preços do café, o consumo aumentou 1,7% no ano passado, para 21,5 milhões de sacas no país, segundo levantamento divulgado hoje (6/4) pela Abic, associação que representa as torrefadoras no Brasil. A receita do segmento, por sua vez, subiu 26% em relação a 2020, para R$ 15,2 bilhões.
Para os dirigentes da associação, mesmo que o café torrado e moído tenha ficado mais caro, o consumidor ajustou o orçamento e não abandonou a bebida. “O consumidor não deixa mais uma garrafa cheia pronta. Ele evita o desperdício, mas sem deixar de consumir”, diz Ricardo Silveira, presidente da Abic, que também é produtor do grão.
No varejo, o reajuste médio do café torrado e moído no ano passado foi de 52%, informou a Abic. O preço nas varejistas de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, que era de R$ 17,54 em dezembro de 2020, passou a R$ 26,66, em média, um ano depois.
A quebra de safra do arábica elevou os preços de cafés de modo geral, e a alta – que ocorreu nas variedades arábica e conilon, ambas utilizadas nos “blends” – foi particularmente forte para a indústria: o aumento para as torrefadoras foi de 155% em 2021. O grão, vale lembrar, equivale a algo entre 60% e 70% do custo do segmento.
Fonte: Érica Polo, Valor