Setor de supermercados e representante de trabalhadores de delivery acreditam que cairá o número de pedidos após pandemia
Tanto os supermercados quanto os representantes dos entregadores acreditam que os aplicativos de compras online vão passar por diversas mudanças com o fim da pandemia de Covid-19 e a reabertura total da economia.
O número de pedidos deve cair, mas não o de clientes, que devem pagar um pouco mais por cada entrega.
Segundo o vice-presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Marcio Milan, os clientes se adaptaram às compras online e vão continuar apostando nessa opção após o fim das restrições sanitárias, mas em menor volume.
“A praticidade dessa ferramenta veio para ficar, mas a vejo mais como uma alternativa à compra presencial, o que deve reduzir o peso da venda por aplicativos no setor”, admitiu o executivo da Abras.
“Por outro lado, estamos tentando convencer mais estabelecimentos a aderirem a essa prática, aumentando a concorrência entre os mercados e dando mais opções aos consumidores”, completou Milan.
Segundo ele, estabelecimentos de bairro ou lojas maiores que até o momento não utilizam o ecommerce devem apostar na tecnologia para diversificar a receita e dar aos clientes outra opção para atenderem às suas necessidades.
Edgar Francisco da Silva, presidente da Amabr (Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil), acredita que a categoria terá menos serviço e haverá uma reestruturação dos trabalhadores de delivery.
“Vai diminuir a quantidade de entregadores na rua, porque assim que os outros setores voltarem a contratar, o pessoal que foi para os aplicativos durante a pandemia vai retornar a esses empregos, que têm menos risco e nos quais você não precisa manter o veículo, pagando manutenção e combustível, um custo alto a mais.”
Com menos ofertas de mão de obra, a tendência, espera Edgar, é que os trabalhadores sejam mais valorizados, o que pode levar ao aumento das tarifas cobradas pelos apps. “Para segurar os entregadores, os aplicativos terão que oferecer alguma vantagem”, justifica Edgar.
Ele não vê chance de os serviços virtuais de delivery perderem força. “A entrega por aplicativo é muito prática. O morador das grandes cidades tenta otimizar o tempo de todas as formas. Ele paga R$ 10 para receber algo em casa em troca de um tempo que perderia no trânsito para buscar o produto, sabendo que teria ainda o custo do estacionamento.”
Na visão do presidente da associação de entregadores, a maior parte dos consumidores perdeu o medo de comprar online nos últimos meses e isso não vai ser alterado. “Com a pandemia a gente evoluiu pelo menos cinco anos no avanço da tecnologia entre a população. A tendência é que mais empresas e mais pessoas apostem nesse tipo de serviço.”
Fonte: R7