Estudo aponta que 62% das famílias no Brasil enfrentam alguma restrição de gasto, acima da média mundial, de 40%
A inflação medida pelo IPCA acumula alta da ordem de 17% desde o início da pandemia. Nestes dois anos, a alta dos alimentos foi maior: 25,8%. Isso fez os brasileiros reduzirem o consumo fora do lar, ampliando as compras para a casa. Só que esses gastos estão levando parcela cada vez maior da renda das famílias, que não sobe na mesma proporção.
Segundo a consultoria Kantar, os gastos com supermercado chegaram a 60% no primeiro trimestre nas classes D e E. Além dos alimentos, estão em alta gás de cozinha, combustíveis e energia elétrica. Por isso o esforço para cortar despesas nas prateleiras das lojas.
Bebida preservada
Segundo a NielsenIQ, do início da pandemia a agosto de 2021, seu dado mais recente, o preço da cesta de produtos básicos subiu quase 24,6% no Brasil. É o maior índice de uma lista de 14 países e que traz o Chile em segundo lugar, com 17,4%, e a Rússia em terceiro, com 8,8%. Outro levantamento da consultoria aponta que 62% dos domicílios têm hoje algum tipo de restrição de gasto, bem acima da média global, de 40%.
“O consumidor tem de fazer escolhas. O movimento de trade down é claro e cobre todas as categorias, alimentos, limpeza, beleza e higiene pessoal. A exceção é a categoria de bebidas alcoólicas, porque o consumo fora do lar retraiu, sendo reforçado dentro de casa. Isso privilegia marcas premium, é uma espécie de indulgência”, observa Roberto Butrageno, diretor de Varejo da NielsenIQ.
Fonte: IG