Em Destaque · 01 setembro 2021

Durante esses meses de pandemia, os supermercados foram um dos estabelecimentos que não deixaram de ser frequentados pelos brasileiros, nem mesmo nos períodos mais rígidos de isolamento social. Serviço essencial à população, os locais de vendas de alimentos também tiveram o desafio de se adequar às novas normas de segurança ao mesmo tempo em que tentavam compreender as novas demandas de consumidores que, também no período, descobriram outras formas de fazer compras pelas plataformas digitais.

Agora, o segmento vem trabalhando par ampliar o uso da tecnologia a fim de garantir melhores experiências aos clientes, como conta João Galassi, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), entidade criada em 1968 e que reúne as 27 associações estaduais de supermercados. “Como entidade, somos sensíveis às exigências do consumidor e, por isso, a digitalização e a facilidade de entregas estão sempre em nosso radar e fazem parte de nossas discussões”, comenta.

Uma das maneiras que a associação encontrou de mostrar que está atenta às transformações da indústria foi pela reformulação de sua identidade visual, apresentada neste mês. O novo visual, criado pela agência Eba, tem, segundo Galassi, a proposta de retratar o dinamismo da entidade ao mesmo tempo em que reforça a preocupação de atuar no abastecimento da população brasileira.

Nessa tentativa de acompanhar os novos hábitos de consumo e atender às demandas da população, a ABRAS tem planos de criar soluções que visam, sobretudo, oferecer serviços para as pessoas que, nos últimos tempos, vêm descobrindo a comodidade de efetuar as compras de supermercado sem sair de casa. “Estamos criando em escala nacional o marketplaces do setor supermercadista, reunindo, numa iniciativa inédita, empresas do setor”, contou o presidente da associação.

Galassi afirma que, em breve, a ABRAS terá mais detalhes sobre o projeto. A iniciativa, então, reuniria os negócios de diferentes players, muitos dos quais já possuem, de forma independente, plataformas de e-commerce e parcerias com aplicativos de entrega para atender aos consumidores digitais.

Nos últimos meses de pandemia, além do abastecimento de alimentos, a entidade também procurou se dedicar às causas sociais e ambientais. No início deste ano, a ABRAS lançou a campanha Super Especial de Doação de Alimentos que, por meio do cartão Super Essencial, procurou levar alimentos às pessoas mais necessitadas. Outro ponto a que o setor também vem olhando com maior atenção é para a pauta ESG. “Entendemos que é nosso dever, como representantes dos consumidores, e uma longa cadeia de abastecimento, mitigar o impacto ambiental e social. Formamos uma coalizão multisetorial com 14 principais entidades de classe, desde os insumos agropecuários, até os supermercados, considerando a qualidade e segurança dos produtos, inclusão social, economia circular, e combate à fome. Além disso, colocamos à disposição dos empresários do setor supermercadista um Programa de Governança Familiar e Corporativa, para elevar o nível de qualidade dos ativos do setor”, conta Galassi.

Em termos de negócios para o restante do ano, o porta-voz da associação acredita que o avanço da vacinação, associado a outras medidas governamentais como pagamentos de 13º salário aos aposentados e pensionistas, bem como o pagamento dos lotes do imposto de renda para as pessoas físicas, devam impulsionar s vendas das redes de supermercados, de forma geral. “Estamos bastante otimistas. Recentemente, tínhamos divulgado o aumento de 4,01% no consumo nos lares brasileiros no primeiro semestre do ano. Tínhamos previsto um crescimento em 2021 da ordem de 4,5% nas vendas e mantivemos esse percentual. Vamos fazer uma nova avaliação em setembro, mas contribui para nossa expectativa o cenário do primeiro trimestre”, diz. Nos primeiros seis meses do ano, a ABRAS aponta que o setor inaugurou 60 lojas, reinaugurou outras 70 e abriu 42.785 postos de trabalho.

Fonte: Meio e Mensagem