Variação de preços dos itens da primeira refeição do dia está abaixo da inflação global nos últimos 12 meses, aponta FGV
A recente disparada da inflação deixou a primeira refeição do dia mais salgada para os brasileiros. Segundo estudo da FGV (Fundação Getulio Vargas), os itens tradicionais do café da manhã acumulam alta de 9,4% nos últimos 12 meses.
Os dados divulgados nesta segunda-feira (18) apontam para saltos significativos no preço do café em pó (28,7%), da margarina (24,3%), do queijo minas (12,7%) e do pãozinho (8,1%).
De acordo com o relatório, a inflação do café da manhã só não pesou mais no bolso das famílias porque o leite longa-vida ficou apenas 0,67% mais caro, dando um refresco na média dos preços.
Para Matheus Peçanha, pesquisador do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) responsável pelo estudo, o preço dos alimentos ainda deve se manter em patamar elevado e encarecer todas as refeições dos brasileiros nos próximos meses.
“Apesar de várias commodities alimentícias aparentarem ter superado a crise climática, sobretudo milho e soja, a transmissão de preços desde o produtor de ração, passando pelo pecuarista até chegar ao consumidor final leva tempo, e uma nova tendência de alta no câmbio pode atrapalhar o preço do pãozinho”, avalia ele.
Apesar das variações, a inflação do café da manhã aparece ligeiramente mais abaixo do IPC-DI (Índice de Preços ao Consumidor — Disponibilidade Interna), indicador da própria FGV que analisa a cesta de consumo dos brasileiros e acumula variação de 9,6% nos últimos 12 meses.
Fonte: R7