Dados levantados em julho deste ano pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) revelam o aumento de 39.8% no preço do arroz
O alimento que faz parte da dieta diária do povo brasileiro sofre com a elevação de preços, o aumento de quase 40% em um ano revela a valorização do arroz que deve deixar de ser consumido diariamente por muitas famílias de baixa renda.
O aumento supera o índice da inflação do período, o aumento de 39,8% foi registrado nos últimos 12 meses, com uma queda irrisória no mês de julho o alimento está sendo considerado um dos mais valorizados desde o ano de 2020.
Aumento chega a ser maior que o ajuste do piso nacional
Com base nos dados emitidos pela Abras, o aumento do preço do alimento chega a ser quatro vezes superior que o índice da inflação e o ajuste é quase oito vezes superior ao concedido para o piso salarial nacional.
Em 2021 o ajuste do piso foi de 5,2% que fez com que o salário nacional saísse da faixa dos R$1.045 para R$1.100, portanto, o arroz subiu 7,65 vezes mais que o piso salarial nacional.
André Martins, gerente da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), o arroz faz parte do cardápio de famílias de baixa renda, já as famílias com rendas mais altas priorizam o consumo de alimentos industrializados.
Economistas apontam para a priorização de alimentos básicos durante a pandemia. Um dos motivos para o aumento excessivo do preço está relacionado a exportação do alimento com o real desvalorizado.
Apesar de a produção rural ter aumentado o produto chega com preços elevados nas prateleiras dos mercados brasileiros.
André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) informa que o aumento de todos os alimentos encontrados na cesta básica caausa um grande impacto na inflação para os grupos familiares de baixa renda.
Debate com os proprietários
Segundo o Presidente da República, discussões estariam ocorrendo desde o começo do mês de setembro com os representantes das grandes redes de supermercado, mas pediu mais patriotismo por parte da população em realção a alta de preços.
Com base em informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sociais (Dieese) a cesta básica teve acréscimos em seu preço em mais de 13 Estados.
O Dieese fez a comparação do preço da cesta básica com o atual piso salarial líquido. O resultado foi o comprometimento de 54,8% da renda para a compra de alimentos para uma pessoa na fase adulta. O percentual considera os preços registrados no mês de maio.
Ainda conforme o Dieese, uma família com quatro integrantes, considerando dois adultos e duas crianças necessitaria de pelo menos R$5.421,84 para manter a alimentação considerando o valor da cesta básica mais cara registrada no país.
Assim como o arroz, o leite integral e o quilo da manteiga também tiveram um percentual alto do aumento de preço.
As proteínas como carne e frango também estão sendo cortadas da lista de compras, o preço do frango sofreu o aumento de 40% no último ano, no mês de agosto foi registrado um aumento de 8,6%.
Fonte: Rede Jornal Contábil