Em Destaque · 14 abril 2023

De janeiro a março, atacarejos perderam espaço; aumento de 6,9% nas vendas está pautado em novas lojas

Depois de uma fase de grande fechamento de lojas e depuração do mercado, os hipermercados brasileiros parecem estar de volta ao jogo. Os resultados de vendas dos primeiros meses deste ano contrariam previsões de que esse modelo de loja estaria com os dias contados, diante do avanço dos atacarejos. Pesquisa da NielsenIQ aponta que as vendas nos hipermercados cresceream 8,6% de janeiro até 19 de março, enquanto os atacarejos avançaram 6,9%. Já os supermercados registraram alta de 9,6% no período, comparando as mesmas lojas em funcionamento há mais de um ano.

“O resultado surpreende e mostra que os hipermercados estão virando o jogo”, afirma Igor Vilas Boas, gerente de atendimento ao varejo da consultoria e responsável pelo estudo. Desde que o atacarejo começou a crescer com força a partir de 2014, essa é a primeira vez que os hipermercados superam os atacarejos nas vendas pelo critério mesmas lojas, observa. O estudo considera como hipermercados as lojas com mais de 2,5 mil metros quadrados.

No entanto, quando se avalia as vendas totais – ou seja, considerando também as lojas abertas há menos de um ano -, o atacarejo continua na liderança de resultados do varejo de autosserviço. De janeiro até 19 de março, o faturamento do atacarejo cresceu 23,6% ante igual período de 2022, enquanto o varejo de autosserviço como um todo, incluindo farmácias, avançou 15,5%. E o hipermercado continuou na “lanterna”, com alta de apenas 5,3%, na mesma base de comparação.

O que se viu recentemente foram lojas do hipermercado Extra, compradas do Grupo Pão de Açúcar pelo Assaí, serem transformadas em atacarejo. Também parte das lojas do hipermercado Big, adquiridas pelo Grupo Carrefour, virou atacarejo com a marca Atacadão.

Entre janeiro de 2021 e o final de 2022, o número de lojas de hipermercado no País caiu 10%, aponta a consultoria. Em igual período, houve aumento de 25% na abertura de lojas de atacarejo. Vilas Boas diz que a diferença entre o crescimento de 23,6% nas vendas totais dos atacarejos e de 6,9% nas vendas das mesmas lojas é explicada pela grande número de abertura de novos pontos de venda desse formato. “É fato que o atacarejo tem dependido dessas aberturas para sustentar o crescimento, mas não dá pra dizer que o atacarejo chegou no limite”, afirma.

Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: SuperHiper