Frutas importadas, como a romã e a cereja, já estão mais caras por causa da alta do dólar
Mesmo com tantas altas de preços acumuladas ao longo do ano, o consumidor deve se preparar porque nesta última semana que antecede o Natal os preços de alguns produtos tendem a subir ainda mais, principalmente os perecíveis mais consumidos na época, como as frutas.
As frutas importadas, como romã e cereja, já estão mais caras por causa do dólar. Mesmo no caso do figo nacional, a Conab aponta que o preço subiu um pouco porque as plantações dependem de insumos importados, o que deve deixar a fruta mais cara na comparação com o ano passado.
Daniel Borges, que trabalha o ano todo comercializando frutas numa banca localizada na praça Tamandaré, conta que esta é a melhor época de vendas e que, este ano, os preços têm subido toda semana, desde o início deste mês de dezembro.
Ele dá o exemplo da caixa de uvas, que este ano está R$ 10 mais cara que no ano passado. Hoje, cada caixa já custa entre R$ 20 e R$ 80, dependendo do tamanho. Quem não abre mão de frutas mais nobres, como a cereja, terá que desembolsar ainda mais: R$ 20 a cada 250 gramas.
“Estamos tentando repassar o mínimo possível para garantir as vendas e ganhar na quantidade vendida”, garante o comerciante de frutas. Apesar dos preços mais altos, Daniel informa que está recebendo carregamentos de produtos de seus fornecedores até duas vezes ao dia e que tudo está sendo vendido.
“A procura está muito boa”, destaca. Por conta disso, ele prevê que os preços ainda podem subir um pouco mais até o natal e que poucas bancas tenham o produto para vender na véspera. “O melhor é comprar o quanto antes porque os fornecedores já nos avisaram que podem faltar alguns produtos nos últimos dias”, alerta o comerciante.
Supermercados
A ceia das famílias deve pesar mais no bolso este ano, principalmente por conta dos reajustes nos preços das carnes em geral ao longo de 2021, mesmo com um recente recuo da carne bovina nos últimos meses.
De acordo com a Pesquisa do Procon Goiás, o peru está quase 30% mais caro este ano. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em todo o País mostrou que o frango inteiro teve aumento de 27,34% no preço em relação ao que era vendido no Natal do ano passado por causa do aumento do preço dos insumos.
O presidente da Associação Goiana de Supermercados (Agos), Gilberto Soares, prevê que o consumidor troque produtos mais caros por outros mais em conta, como a carne bovina, cujos preços ainda estão em patamares elevados, pelos cortes de aves e suínos, por exemplo.
Outra estratégia adotada por muitos consumidores nas confraternizações de famílias e empresas é cada um levar um prato diferente, a fim de que o custo pese menos no final para todos.
De qualquer forma, Gilberto acredita que, com o avanço da vacinação, haverá um incremento de reuniões em relação ao ano passado, quando muita gente ainda evitou festas por causa da pandemia, o que deve resultar em mais consumo e num bom Natal.
Segundo ele, os supermercados também acirraram as negociações junto a fornecedores para evitar aumentos. “Tivemos mais dificuldade com produtos importados este ano por causa do alto custo do frete com a falta de contêineres. As frutas secas importadas, por exemplo, estão mais caras e escassas, mas ainda é possível substituí-las pelas nacionais, que tiveram safras mais favoráveis este ano”, afirma.
Fonte: O Popular