Produção de frangos deve somar 14,1 milhões de toneladas e a de suínos 4,7 milhões de toneladas
Mesmo com os custos em alta, as produções de suínos e frango seguem em expansão e devem registrar novos recordes. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima uma produção de até 4,7 milhões de toneladas de carne suína no País, volume que pode ficar até 6% superior ao ano passado.
A produção de frangos tende a crescer até 3,5%, chegando a 14,3 milhões de toneladas. O resultado, mesmo diante dos custos elevados, vem sendo impulsionado pela alta demanda interna e externa. Em relação ao mercado, as empresas continuam repassando a elevação dos custos, o que pode gerar novas altas nos preços das carnes para o consumidor.
De acordo com o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o ano vem sendo de superação e desafiador para todas as produções. Em relação às produções de suínos e frangos, o maior desafio tem sido os custos. O aumento dos principais insumos, também é apontado como o principal fator para o encarecimento das carnes no mercado interno.
Segundo os dados da ABPA, nos últimos 12 meses, os custos de produção da carne de frango aumentaram 44,27%, e os da produção de carne suína, 41,17%.
“Não deixamos faltar comida na mesa dos brasileiros e estamos ajudando na retomada da economia. As empresas investiram e protegeram os colaboradores e também não faltou oferta no mercado interno. Os preços do frango, dos ovos e dos suínos subiram. Fomos e estamos sendo o veículo de um aumento que não somos a causa. Estes aumentos que estão prejudicando a população se devem, basicamente, ao aumento dos insumos”.
Os dados da ABPA mostram ainda que de janeiro de 2019 a agosto de 2021, o milho subiu em torno de 154% e a soja 133%. As compras de milho e do farelo de soja representam 70% dos custos de produção da suinocultura e avicultura.
A tendência é que os preços tanto da soja quanto do milho continuem firmes. Mesmo com aumento da oferta de grãos, a tendência é que os valores sigam em novos patamares, superiores aos registrados antes da pandemia. Com isso, a tendência é de manutenção dos preços das carnes em alta.
“Os custos de produção continuam muito altos. São números bastante impactantes. O setor continua repassando esses custos. Infelizmente, para nós brasileiros e consumidores, o frango, o suíno e os ovos subiram e devem continuar subindo em alguns casos até chegarmos a um equilíbrio”, explicou Ricardo Santin.
No que se refere à produção, a tendência é de crescimento. A produção de carne suína poderá alcançar até 4,7 milhões de toneladas neste ano, número 6% superior ao alcançado em 2020, que foi de 4,3 milhões de toneladas.
Para 2022, a projeção é de um volume até 4% maior, variando de 4,8 milhões a 4,85 milhões de toneladas.
A projeção é que as exportações no ano fiquem em 1,15 milhão de toneladas, número 12% superior em relação às 1,02 milhão de toneladas exportadas em 2020. Para 2022, a projeção é de uma alta em torno de 13%, somando até 1,2 milhão de toneladas.
No acumulado de 2021 até agosto, as vendas internacionais de carne suína chegaram a 757 mil toneladas, número 11,5% maior que o total embarcado no mesmo período de 2020, quando foram exportadas 678 mil toneladas. No período, os principais países importadores foram a China, que respondeu por 52% do volume, e Hong Kong, com 14%.
Minas Gerais é o sexto maior exportador de carne suína do País, respondendo por 1,9% do volume e um embarque, de janeiro a agosto, de 14,1 mil toneladas.
No mercado interno, onde a maior parte da produção é consumida, a disponibilidade total de carne suína poderá totalizar 3,6 milhões de toneladas, número até 5,5% superior ao registrado em 2020, quando foram destinadas para o consumo local 3,4 milhões de toneladas. O consumo per capita pode chegar a 16,9 quilos, avanço de 5%.
Abate de frangos deve crescer 3,5%
Assim como na produção de suínos, as estimativas da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) para o fechamento de 2021 na produção de frangos são positivas. A produção brasileira de carne de frango está estimada em 14,1 milhões de toneladas em 2021, alta de 3,5% em relação às 13,84 milhões de toneladas produzidas em 2020.
Já os embarques do setor de frangos poderão chegar a 4,55 milhões de toneladas em 2021, número comparativamente 7,5% superior em relação ao registrado no ano passado, com 4,2 milhões de toneladas embarcadas.
No acumulado do ano até agosto, as exportações de carne de frango registraram alta de 7,6%, com 3,04 milhões de toneladas embarcadas. Já a receita chegou a US$ 4,8 bilhões, número 18,2% maior em relação ao registrado em igual período de 2020, quando foram registrados US$ 4,1 bilhões em faturamento.
Minas Gerais exportou 104,8 mil toneladas de carne de frango de janeiro a agosto de 2021, respondendo por 4% do volume nacional. Os embarques mineiros de carne de frango estão 37% maiores.
Para o mercado interno, que também consome a maior parte da produção, a oferta de carne de frango ficará em torno de 9,8 milhões de toneladas, volume até 2% maior em relação a 2020, quando era de 9,6 milhões de toneladas. O consumo per capita foi estimado em 46 quilos em 2021, ficando 1,5% maior em relação ao registrado em 2020, quando o consumo chegou a 45,27 quilos.
Dentro da avicultura, a produção de ovos deve alcançar 54,5 bilhões de unidades produzidas em 2021, número 2% superior ao registrado em 2020, quando foram produzidas 53,5 bilhões de unidades. O consumo per capita do setor deverá alcançar 255 unidades neste ano, 1,5% a mais que o índice registrado em 2020, que foi de 251 unidades.
Minas Gerais é o segundo maior exportador de ovos do País, com um volume embarcado de 1,4 milhão de toneladas entre janeiro e agosto de 2021. As exportações cresceram 714% em volume. O Estado responde por 22% das exportações nacionais.
Fonte: Diário do Comércio