Em Destaque · 28 setembro 2021

“Persistem os transtornos provocados pela suspensão das exportações à China. Os frigoríficos seguem aguardando pelo momento da retomada”, avalia analista

O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta segunda-feira. Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, muitas unidades frigoríficas seguiram ausentes da compra de boiadas, avaliando as melhores estratégias para o restante da semana.

“Persistem os transtornos provocados pela suspensão voluntária das exportações à China. Os frigoríficos seguem trabalhando suas escalas de
abate, aguardando pelo momento da retomada. Importante mencionar que o governo brasileiro prestou todos os esclarecimentos para as autoridades chinesas sobre os recentes casos de vaca louca, e mesmo a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) deu o caso por encerrado e não alterou o status sanitário brasileiro, classificando o risco de novos casos como insignificante”, analisa Iglesias.

Para os pecuaristas o quadro também é bastante complicado, uma vez que a oferta de animais disponibilizadas ao abate neste momento é proveniente de confinamentos. “A manutenção desses animais confinados representa aumento de custos e corrosão das margens operacionais”, completou.

Com isso, em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou R$ 302 a R$ 303 na modalidade à prazo. Em Goiânia (GO), a arroba seguiu em R$ 287. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 301 a R$ 302. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 283, estável. Em Uberaba (MG), preços a R$ 300 a arroba.

Atacado

Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina começaram a cair.
“A lenta reposição entre atacado e varejo típica de final de mês explica
em parte a queda. Caso haja necessidade dos frigoríficos de ofertar os estoques hoje presos em câmaras frias ao mercado doméstico, os preços da carne bovina devem sofrer recuos mais expressivos, com reflexos no valor da arroba do boi gordo paga aos pecuaristas”, alerta o analista.

O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,25 por quilo. Já a ponta de
agulha foi precificada a R$ 16,10 por quilo, queda de R$ 0,10. O quarto
dianteiro foi cotado a R$ 16,20, por quilo, queda de R$ 0,20 na comparação com a sexta-feira (24).

Fonte: Canal Rural